Chegou ao fim o impasse entre comerciantes do Mercado Público de Florianópolis e funcionários da empresa JK Engenharia, que venceu a licitação para realizar obras no local.

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O tumulto começou durante a manhã deste sábado e se estendeu até por volta das 22h deste sábado, quando os comerciantes cederam nas negociações com o comandante da Guarda Municipal, Jean Carlos Cardoso, e permitiram a entrada do caminhão com os tapumes.

Durante todo o sábado, proprietários e funcionários dos boxes da ala norte tentaram prorrogar o prazo para deixarem o local. No início eles propuseram desocupar as lojas após o Natal; já no final da tarde eles pediam para ficar até o final da tarde da próxima segunda-feira, mas nem isso conseguiram.

– Estou indignado com a falta de respeito. Tenho uma loja aqui há muitos anos, sustento minha família com isso e me sinto humilhado por ser tratado como um bandido – desabafou o comerciante Roberto, dono de uma loja de confecções no Mercado Público, que preferiu não divulgar seu sobrenome.

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Assim que os manifestantes deixaram o local, o caminhão da empreiteira estacionou em frente ao Mercado e os tapumes que irão cercar a obra começaram a ser instalados. De acordo com o Secretário de Segurança Pública do Município, Rafael de Bona, as obras estão oficialmente iniciadas.

– Minha função aqui é dar início às reformas, e não executar a desocupação. Só preciso que a empreiteira comece os trabalhos – disse de Bona ainda na tarde deste sábado.

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Para o vice-presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Público, Carlos Artulino Pereira, que liderou o grupo durante o protesto, o processo de licitação que definiu os novos proprietários das lojas do mercado é irregular.

– Mesmo quando apresentamos que houve flexibilização na licitação, o que é irregular e deveria ser revisto, o juiz determinou nossa retirada. Agora, o que queremos negociar é a nossa permanência até o fim do natal, que é a melhor época para nossas vendas. Há famílias e muitos funcionários que dependem disso – disse Pereira.

Outro fator que gerou revolta entre os comerciantes é o fato da prefeitura determinar o início das obras somente na Ala Norte e não no Mercado Público inteiro. Pereira lembrou que a Ala Norte foi reformada há poucos anos, em virtude de um incêndio datado de 2005, e que por isso não precisaria de reformas emergenciais.

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– Se é para reformar, que reforme então o mercado inteiro de uma vez. Por que querem começar as obras justo onde tivemos obras recentes? É injusto que outras lojas, mesmo que maiores e mais populares, continuem abertas enquanto que as nossas não – falou o líder dos comerciantes.

Cronograma

– 16 de novembro: montagem do canteiro de obras – atendimento normal ao público

– 18 de novembro: prazo final para desocupação da Ala Norte pelos antigos comerciantes, interdição do local e início das obras

– 26 de novembro: divulgação dos ganhadores do Concurso Nacional para Cobertura do Vão Central do Mercado Público

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– Março de 2014: fim das obra na Ala Norte

– Abril de 2014: início das obras na Ala Sul – Julho de 2014: fim das obras