O impasse entre comerciantes do Mercado Público de Florianópolis e funcionários da empresa JK Engenharia, que venceu a licitação para realizar reformas no local, começou durante a manhã e se estendeu até a noite deste sábado.
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Por volta das 16h, dois funcionários da empreiteira tentaram novamente iniciar as obras na ala norte do mercado, mas um grupo de comerciantes impediu o andamento dos trabalhos. A empresa já havia tentando na sexta-feira, também sem sucesso.
O Secretário de Segurança Pública da Capital, Rafael de Bona, compareceu ao mercado e, junto com a guarda municipal e a polícia militar, tentou convencer os comerciantes a deixarem a empreiteira posicionar os tapumes para início das obras. De acordo com ele, a ordem era oferecer segurança aos funcionários da JK Engenharia.
Os comerciantes se reuniram discutiram com o secretário, dizendo que só deixariam a empresa iniciar as obras caso fosse apresentada uma ordem judicial. Alguns disseram que só abandonariam seus postos se fossem presos. Eles têm até meia-noite de domingo para deixarem a área, que passará a ser ocupada ano que vem pelos vencedores da licitação aberta pela prefeitura.
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Segundo o secretário, o início da reforma não significa que os comerciantes devem deixar suas lojas.
– Minha função aqui é dar início às reformas, e não executar a desocupação. Só preciso que a empreiteira comece os trabalhos – disse de Bona.
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Para o vice-presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Público, Carlos Artulino Pereira, que liderava o grupo, o processo de licitação que definiu os novos proprietários das lojas do mercado é irregular.
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– Mesmo quando apresentamos que houve flexibilização na licitação, o que é irregular e deveria ser revisto, o juiz determinou nossa retirada. Agora, o que queremos negociar é a nossa permanência até o fim do natal, que é a melhor época para nossas vendas. Há famílias e muitos funcionários que dependem disso – disse Pereira.
Outro fator que gerou revolta entre os comerciantes é o fato da prefeitura determinar o início das obras somente na Ala Norte e não no Mercado Público inteiro. Pereira lembrou que a Ala Norte foi reformada há poucos anos, em virtude de um incêndio datado de 2005, e que por isso não precisaria de reformas emergenciais.
– Se é para reformar, que reforme então o mercado inteiro de uma vez. Por que querem começar as obras justo onde tivemos obras recentes? É injusto que outras lojas, mesmo que maiores e mais populares, continuem abertas enquanto que as nossas não – falou o líder dos comerciantes.
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Cronograma
– 16 de novembro: montagem do canteiro de obras – atendimento normal ao público
– 18 de novembro: prazo final para desocupação da Ala Norte pelos antigos comerciantes, interdição do local e início das obras
– 26 de novembro: divulgação dos ganhadores do Concurso Nacional para Cobertura do Vão Central do Mercado Público
– Março de 2014: fim das obra na Ala Norte
– Abril de 2014: início das obras na Ala Sul – Julho de 2014: fim das obras