Como se proteger de um vírus que já matou duas pessoas em Blumenau, mantém seis internadas, foi detectado em oito bairros, cuja vacina ainda não está disponível na rede pública e pode estar nas mãos das pessoas que você conhece e confia? Esta é a principal questão que autoridades e especialistas tentam solucionar desde que duas mortes por gripe A em Blumenau foram confirmadas no último domingo. Além destas, o Estado confirmou ontem à tarde que o primeiro falecimento pela doença em Santa Catarina ocorreu ainda em fevereiro em Guaramirim.
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A primeira resposta é unanimidade entre os questionados: prevenção. Lavar as mãos com água e sabonete é imprescindível. O álcool em gel também ajuda a evitar a transmissão. A etiqueta da tosse, que ficou famosa no primeiro surto da doença em 2009, volta com força e determina o uso do lenço descartável ao tossir ou espirrar, cobrir a boca com o antebraço. E novamente lavar as mãos. Evitar lugares fechados e com aglomerações também é recomendável.
Veja oito dicas para prevenir a gripe A
O coordenador do curso de Medicina da Furb, o pediatra e pneumopediatra Hamilton Fogaça, destaca que as ações de prevenção são, neste momento, a principal arma que os cidadãos têm para evitar o contágio. Ele ressalta que o vírus pode circular mesmo antes dos meses mais frios do ano e, tanto se sabe disso, que o indicado é que a vacinação seja iniciada antes do inverno, para que a proteção tenha tempo de agir no organismo antes do ápice do frio – e da doença.
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Já o diretor de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), Eduardo Marcos Macário, afirma que a gripe A chegou mais cedo este ano. Na entrevista coletiva concedida em Blumenau segunda à tarde para falar da situação na região, ele declarou que o aumento no número de casos é atípico para este período, apesar do vírus circular todos os meses. No inverno os casos tendem a aumentar porque há mais aglomeração de pessoas.
Histórias de quem sofreu com gripe A alertam para necessidade de prevenção
Para o infectologista do Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção (Cedap) de Blumenau e professor do curso de Medicina da Furb, Ricardo Alexandre Freitas, essa antecipação dos casos mais graves é motivo de, no mínimo, preocupação. Isto leva à segunda resposta para a pergunta de como se proteger: ir ao médico assim que os primeiros sintomas de gripe aparecerem.
O infectologista acredita que a doença, que ainda ocupa uma zona central na geografia longilínea de Blumenau, deve chegar aos polos da cidade em breve, já que é impossível deter a expansão de um vírus:
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– Não é possível saber em quanto tempo isso vai acontecer, mas vai. A prevenção e o diagnóstico rápidos ainda são o mais importante.
Blumenau tem quadro mais preocupante de H1N1 em SC
Restam questões sem resposta. Uma delas é sobre a força do vírus que chega em 2016. Macário, da Dive, afirma que não há indícios de que ele seja mais potente do que em anos anteriores. Já o infectologista Ricardo Freitas lembra que o H1N1 está sendo estudado porque as instituições estão preocupadas com a possibilidade de um novo surto. Não é momento para pânico, diz o médico, mas o alerta está lançado e precisa ser ouvido.
Confira o mapa dos casos em Blumenau: