Agosto de 2018. Esse é o novo prazo para a reabertura da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. A previsão inclui uma nova etapa da reestruturação anunciada sexta-feira, pelo governo do Estado, que levará cinco meses, e a consolidação das ações na parte superior da ponte, estimada em dois anos e meio (veja na imagem abaixo).

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O término dos serviços era cogitado para o final do ano passado. Nos bastidores, o governador Raimundo Colombo (PSD) quer garantir o andamento pleno da obra, sem paradas que atrasaram todos os prazos já anunciados.

Está pronta a articulação para que a empresa portuguesa Empa, que já fez a primeira parte da etapa chamada de Ponte Segura, siga tocando a obra pelo menos até fevereiro de 2016, até que toda a estrutura provisória de sustentação fique pronta.

Agora o governo dedica-se a decidir quem fará a restauração completa, a parte mais complexa e importante da reforma do cartão-postal.

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O que está praticamente definido é que as condições críticas da estrutura servirão de subsídio para nova dispensa da licitação e contratação emergencial. Apesar de não falar abertamente sobre o assunto, o governo trabalha nos últimos dias para manter a Empa até o fim da restauração.

Depois que o dólar saltou para além dos R$ 4, a American Bridge, que construiu a Hercílio Luz e era cortejada para assumir a próxima fase, se assustou com os valores. Por isso, os olhares do Estado se voltaram para os portugueses.

Para evitar problemas jurídicos, o Estado está conversando com órgãos fiscalizadores como o Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado (TCE). Quer evitar problemas jurídicos, já que esta seria a segunda vez que dispensaria a concorrência com demais empresas para a obra no patrimônio histórico.

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Ponte está em emergência

Mesmo com as quatro bases de sustentação prontas, aguardando apenas a parte final a ser concluída até fevereiro, o engenheiro do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) responsável pela fiscalização da obra, Wenceslau Diotallévy, afirma que o estado de emergência continua e será sanado somente quando ocorrer a elevação do vão central.

– Essa é a parte que não pode parar. E ela não estava no contrato com a Empa porque não dava para fazê-la em seis meses, que é o prazo máximo do contrato emergencial – diz o engenheiro do Deinfra.

Será necessário um plano de contingência para a operação mais delicada de toda a reforma da ponte, onde mais de 50 macacos hidráulicos serão colocados entre o vão central e as bases de sustentação para levantar a ponte.

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O Estado garante que tem um planejamento, mas ainda não o compartilhou com o Corpo de Bombeiros, que fará a estratégia de segurança. O documento também foi exigido pelo Ministério Público de Contas, que trouxe a público dia 25 de setembro um levantamento sobre os gastos destinados às reformas da Hercílio Luz nos 33 anos de interdição.