Os dois funcionários e a única passageira que estavam dentro do ônibus incendiado da Insular no Saco dos Limões, em Florianópolis, passaram por momentos de pânico com a ação dos bandidos. A penúltima viagem da linha Corredor Sudoeste seguia com tranquilidade na noite chuvosa de domingo, sem paradas durante o trajeto, até o sinal dos três homens no ponto da rua Jerônimo José Dias. Com uma arma em punho, um dos meliantes chegou a apontá-la para o motorista e fez ameaças.
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O cobrador S.J.S, 38 anos, está na profissão há três anos, e nunca havia passado por uma situação de perigo. Ele conta que a passageira comentou assim que embarcou no aeroporto a preocupação com os recentes ataques, e sentou no banco atrás dele. A mulher trabalha no aeroporto, e estava indo para casa após o fim do turno. O marido da vítima conta que a esposa ficou muito abalada com a situação, e preferiu não falar:
– Eles não chegaram a machucá-la, mas ela ficou muito nervosa e não teve reação, demorou para sair do ônibus. Ela ainda está aterrorizada, infelizmente foi com a gente, mas poderia ser com qualquer um. Ainda não sabemos como vai ser a sensação ao voltar a andar de ônibus – declarou.
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Segundo S.J.S. a ação foi muita rápida, em cerca de três minutos os homens ordenaram a saída e mandou que corressem sem olhar para trás. Quando se viraram o ônibus já estava em chamas. Ainda abalado com a situação, ele concedeu a entrevista por telefone:
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Como foi a ação dos bandidos?
Cobrador: Foi muito rápido. Quando fizeram sinal nós achamos os três homens estranhos, mas não podemos julgar pela aparência e o motorista parou. Dois entraram pela porta da frente, um já sacou a arma e o outro pulou a catraca com um galão na mão e começou a espalhar.
Os bandidos anunciaram um assalto?
Cobrador: Eles entraram realmente para queimar o ônibus, tanto que nem pegaram o dinheiro do caixa. Minhas coisas e da passageira também acabaram queimando, pois não tivemos tempo para pegar nada.
Como vocês saíram do coletivo?
Cobrador: Eu puxei a mulher e saímos pela porta de trás. Não tivemos tempo de pegar nossas coisas. O motorista saiu pela porta da frente, mas ele estava com a carteira e o celular, então um dos caras apontou a arma e pegou as coisas. Corremos em direção ao posto, e quando olhamos para trás o ônibus já estava em chamas.
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Como você está agora?
Cobrador: Na hora a gente não pensa em nada, mas quando cheguei em casa e abracei minha esposa e meus filhos eu desabei pensando no que de pior poderia ter acontecido. Hoje estou de folga para refazer meus documentos, mas não sei como vai ser amanhã.