Cláudio Gomes não é mais o diretor de Futebol do Criciúma. Na tarde desta quinta-feira, o cartola tricolor confirmou que deixa sua função esportiva e assume a direção comercial do clube, uma função mais ligada as relações institucionais do Tigre e de arrecadação de dinheiro para o departamento de futebol.

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Raimundo Queiroz, contratado há uma semana será o responsável pelo o futebol no Criciúma, junto com Julio Rondinelli. Cláudio Gomes assumiu a direção de futebol do Tigre no dia 14 de novembro de 2013, depois da saída de Cicero Souza. Em um ano no cargo foi o responsável pelas contratações do time e da comissão técnica. Ele foi uma aposta do presidente Antenor Angeloni que queria uma pessoa de Criciúma no comando do esporte:

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– Eu quero que o Claudio, que é uma pessoa de Criciúma, aprenda o futebol; trouxemos Homero, o Pastana, o Cícero, um do Fluminense – disse Angeloni em maio deste ano.

Próximo do rebaixamento – o Tigre precisa de uma combinação de resultados para ficar na Série A -, o Criciúma começa uma reformulação e a saída de Gomes faz parte disso. A decisão partiu de Cláudio Gomes e teve o aval do presidente tricolor. Confira abaixo a entrevista do ex-diretor de Futebol do Criciúma, por telefone, ao Diário Catarinense:

Diário Catarinense – De quem foi a decisão de você sair do futebol?

Cláudio Gomes – Uma decisão minha.

DC – E por que você tomou essa decisão?

Gomes – Porque eu não consegui corresponder a expectativa do trabalho. Tenho que admitir que meu trabalho não deu certo no futebol, nesse momento. Pelo o bem do clube tenho que pensar onde eu posso dar certo no Criciúma. E a minha atuação comercial defendendo os interesses econômicos e na área de marketing tiveram muito mais vantagens para o Criciúma que no futebol. Tenho que ter humildade de reconhecer e abrir mão de um cargo importante, porque tem que trazer outras pessoas para trazer um resultado melhor.

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DC – E quem assume sua função?

Gomes – Já está, quem responde pelo o futebol do Criciúma é o Raimundo Queiroz, junto com o Julio Rondinelli.

DC – Como você avalia seu trabalho, pensa em voltar a ser diretor de Futebol?

Gomes – Quando você tem um resultado adverso, no meu caso foi um resultado negativo, você tem que fazer uma reflexão e hoje não tenho uma resposta para te dar. Os erros aconteceram e cometi alguns, mas também não foi sozinho. Tenho que fazer uma reflexão e tentar fazer o melhor possível. Se um dia eu vou voltar para o futebol não sei, só Deus sabe. Se você não aprendendo com os erros não tem mais condição de voltar nunca. Tem que aprender.

DC – Você teve erros e acertos, o que fica desse trabalho?

Gomes – A gente fez muita coisa que deu certo, mas como o resultado final não deu certo só vão aparecer as coisas ruins. Na formação do elenco encontramos as pessoas que quase todo mundo aprovou, mas como diz no futebol: “Não encaixou, não deu liga”. Talvez a troca de treinadores prejudicou bastante e talvez o nosso maior erro foi trocar tanto de treinador e comissão técnica. Isso faz com que o time não tenha um ritmo de jogo e nunca repetimos escalação e esse foi o maior erro. E tiveram coisas boas, mas isso só o tempo para dizer. Hoje, qualquer coisa que eu disser não terá crédito algum, porque infelizmente o resultado final foi esse. Então, o que tenho que fazer é pedir desculpas ao torcedor.

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DC – Você sai magoado com alguém?

Gomes – Comigo mesmo. Eu me cobro muito e não consegui obter o resultado que esperado. O clube sai prejudicado e eu também. Ninguém queria o mal e o errado. O torcedor tem o direito de fazer sua manifestação e pedir mudança. A única coisa que eu não aceito é colocar toda a culpa do que aconteceu com o Criciúma em mim. A gente tinha um planejamento e foi tocado por várias pessoas.

DC – Você parece muito sereno, pensou muito nessa decisão?

Gomes – É uma coisa que pensei bastante. Poderia ter sido covarde de e ter saído antes, o presidente vem me pedindo para não fazer isso. Mas chega a um ponto que tem a reivindicação do torcedor e temos que ouvir eles e os sócios também. Se eles não me querem mais no futebol, tenho que ter humildade de sair. Afinal de contas eles que pagam a conta e são parte importante no processo e tenho que respeitar a opinião deles. Então tenho que voltar para o cargo que acredito que posso ajudar o Criciúma. Agora, a decisão sempre é do presidente e é ele que manda e salvou o Criciúma. Tenho minha parcela de contribuição, mas isso não serve no futebol. Eles querem saber o que eu estou fazendo e vou fazer. E essa é a maior injustiça do futebol, ninguém quer saber o que você fez. Mas faz parte, vida que segue. Tenho que levantar a cabeça e ter humildade. E colocar na mão do presidente. A questão do futebol eu prefiro estar fora e deixar essa equipe trabalhar do jeito deles e não quero influenciar em nada.