Edson Fornazari, Pastor da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de São José, Grande Florianópolis, é um dos 10 missionários impedidos de deixar a Guiné-Bissau após o golpe de Estado no país.
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Ele conversou por e-mail com a reportagem do Diário Catarinense sobre como está a situação em Bissau, cidade onde aguardam o retorno para o Brasil.
O senhor e os outros missionários estão bem?
Sim, estamos bem.
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Está confirmada a volta de vocês pelo Senegal?
Esta era a única alternativa que teríamos. Fomos no consulado do Senegal na quarta-feira e demos entrada para o visto. Muitos estrangeiros estavam fazendo o mesmo, entre eles brasileiros, portugueses e americanos. Como não víamos mais saída aérea de Bissau, nosso destino era terrestre de Bissau para Ziguinchor no Senegal. De lá, passaríamos pela Gâmbia e continuaríamos até Dakar, capital. Indo para o aeroporto. No total são quase mil quilômetros.
As informações que chegam até nós sobre este roteiro deixaram o grupo um pouco apreensivo. Uns diziam ser tranquilo, outros guineenses diziam que é uma estrada perigosa, principalmente para estrangeiros. Mesmo assim iríamos.
Porém, nesta quinta-feira, enquanto aguardávamos a liberação dos passaportes na embaixada de Senegal, com ajuda dos pastores locais, inclusive de Mário Pires, ex-primeiro ministro de Guiné-Bissau. Fomos até a Senegal Airlines, preocupados com passagens de Dakar para Lisboa (caminho para o Brasil), e entramos em lista de espera.
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Mais tarde, a atendente liga para o irmão Mário confirma que oficialmente o espaço aéreo estava reaberto em Guiné-Bissau. Fomos até a TAP que também tinha recebido o documento dos militares que estão no comando. A questão agora é com a TAP. Os voos deveriam ser reestabelecidos, porém segundo as atendentes daqui, a empresa não tem aeronaves disponíveis para fazer este trecho Bissau-Lisboa. O próximo voo será só segunda, dia 23.
Quando está previsto o retorno?
Mesmo assim, cremos que Deus está abrindo uma alternativa através de uma companhia aérea de Cabo Verde que está voltando a operar para Guiné-Bissau. Se for confirmado na manhã desta sexta, iremos viajar logo após o meio-dia e chegaremos em Florianópolis no sábado à noite.
Qual é a maior dificuldade enfrentada por vocês nesses últimos dias?
Inicialmente havia uma apreensão com relação ao desfecho deste golpe militar, não só conosco mas com a igreja, com os irmãos e com o povo. Dificuldades de dinheiro atrapalharam também, mas estamos contornando. Coisas básicas como água, combustíveis, energia, gás são muito caros e estão faltando. O povo de Guiné-Bissau sofre muito com as limitações e falta de oportunidades como trabalho, saúde e educação. Mesmo assim são inteligentes, esforçados e gostam muito dos brasileiros.
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Nosso pastor presidente, Ezequiel Montanha, tem se empenhado muito para sairmos daqui e voltarmos logo para Santa Catarina.

