Continua indefinida a volta ao Brasil dos 10 missionários da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, de São José, que não conseguem deixar Guiné-Bissau. Na quinta-feira da semana passada, um golpe de Estado fechou as fronteiras e o espaço aéreo do país africano, impedindo o retorno do grupo catarinense, previsto inicialmente para na última quarta-feira à tarde.
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Na manhã de quarta-feira, o grupo conseguiu fazer o primeiro contato com a embaixada brasileira em Bissau, capital do país africano. Os catarinenses queriam informações sobre a possibilidade de conseguir um visto para o Senegal, para onde iriam por via terrestre e tentariam um voo de volta. Essa solução tem sido utilizada por outros brasileiros que não conseguem deixar o país. Atualmente, são 387 brasileiros na Guiné-Bissau.
A embaixada desaconselhou a possibilidade. A orientação dos diplomatas é de que os brasileiros aguardem pela retomada dos voos. Em nota no site da embaixada brasileira, é aconselhada a permanência no país.
– A Embaixada do Brasil avalia a situação atual como relativamente calma e esclarece que, no momento, não há motivo para alarme – informa a nota.
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As únicas recomendações são de que os cidadãos brasileiros respeitem eventuais toques de recolher e verifiquem a validade de passaportes e documentos de viagem, procurando a embaixada caso necessitem de renovação.
Oficialmente, informa o Itamaraty, o espaço aéreo de Guiné Bissau foi reaberto terça-feira. Não foi a situação verificada pelos missionários quando foram até o aeroporto, quarta-feira. A companhia aérea portuguesa TAP – pela qual viajariam os catarinenses – não apresenta em seu site voos com origem em Bissau nos para os próximos dias.
– O voo que estava programado para hoje (quarta-feira) foi cancelado em Guiné. Falaram na possibilidade para amanhã, mas não temos mais expectativas que esse voo saia – informou Kesya Montanha, secretária da Assembleia de Deus de São José, que mantém contato com os catarinenses.
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Enquanto aguardam pelo retorno, os missionários continuam hospedados em um hotel. O Diário Catarinense tentou contato com o grupo, em telefonemas para o hotel – sem sucesso. Também foi enviado email para o pastor Edson Fornazari, integrante da comitiva, que não retornou até a noite de quarta-feira. Na terça-feira, o pastor falou ao DC sobre o trabalho dos missionários em Guiné Bissau.
Uma das integrantes da comitiva, Estela Martins, tem mantido contato com a irmã, Géssica Falcão, através da internet. Ela conta que a irmã pareceu mais tranquila na última vez que conversaram um pouco.
– Hoje (quarta-feira) ela se mostrou mais tranquila, porque o comércio reabriu as portas, as pessoas voltaram a circular e o clima ficou mais ameno. O mais complicado é o custo, porque o hotel é caro e os recursos estão acabando – conta.
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O comando militar que protagonizou o golpe de estado e os partidos de oposição que apoiaram a derrubada de Carlos Gomes Junior assinaram nesta quarta-feira um acordo para a criação de um conselho de transição no país.
Os catarinenses que estão na Guiné-Bissau
Ezequiel Montanha
Sonia Montanha
Timotio Gonçalves
Janete Gonçalves
Isaac Martins
Estela Monica Martins
Eduardo Nicolau Soares
Janes Almeida
Edson Fornazari

