Os dez catarinenses que foram surpreendidos por um golpe militar na Guiné-Bissau, dois dias após chegarem para uma missão humanitária, pretendiam deixar o país africano às 15 horas desta quarta-feira. A empresa TAP de Portugal, teria confirmado a abertura de voos na tarde desta terça-feira, mas foram cancelados. De acordo com a empresa, os voos só serão normalizados quando a segurança for reestabelecida.
Continua depois da publicidade
Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, o espaço aéreo da Guiné-Bissau está fechado pelo governo do país até domingo, o que impossibilita o retorno dos brasileiros até lá. Não há previsão de quando os voos para o Brasil serão restabelecidos.
O aeroporto do país começou a ser aberto ontem com outros aeronaves que seguiram para outros destinos. O clima ainda é tenso, segundo Estela Falcão Martins. A irmã dela, Géssica Falcão, aguarda a oportunidade de sair de Guiné-Bissau. Estela faz contatos rápidos todos os dias pela internet para saber dos três filhos que estão em São José.
– Quando soube o que estava acontecendo lá, no domingo, através da primeira mensagem que minha irmã conseguiu enviar por e-mail, fiquei apavorada. Mas recebi outras informações que nos tranquilizaram aqui no Brasil.
Continua depois da publicidade
O grupo de brasileiros teria sido motivado por um pastor da igreja Assembleia de Deus que realiza trabalhos solidários na Guiné-Bissau. Os dez pastores, oito de São José e dois de Tubarão, levaram donativos arrecadados em uma campanha na igreja da Grande Florianópolis. O objetivo deles era conhecer de perto o trabalho desenvolvido pelo pastor que mora no país africano. Eles fizeram a entrega de agasalhos e outros donativos e constataram a dura realidade do povo de lá.
Por e-mail, o pastor Edson Fornazari escreveu à reportagem do Diário Catarinense: “A cidade está tranquila, o comércio aberto, os moradores estão indo e vindo normalmente”.
Prontos para retornar ao Brasil, foram surpreendidos pelo golpe de Estado que se instalou no país. Clima tenso, militares pelas ruas, invadindo escolas, igrejas e hotéis, segundo informações repassadas pela irmã de Géssica, compõe o cenário de insegurança que os brasileiros ficaram submetidos nos últimos cinco dias.
Continua depois da publicidade
A Embaixada do Brasil em Bissau emitiu a seguinte nota: “Tendo em conta o levantamento do toque de recolher e a reabertura das fronteiras desde a noite de ontem [segunda-feira], a Embaixada do Brasil avalia a situação atual como relativamente calma e esclarece que, no momento, não há motivo para alarme.
A Embaixada alertará a comunidade caso a situação política se agrave e atinja nível crítico que recomende evacuação dos estrangeiros do território da Guiné-Bissau. Nesse sentido, está sendo mantida coordenação estreita com o Escritório das Nações Unidas em Bissau, para fins de monitoramento da situação.”
Os catarinenses que estão na Guiné-Bissau
Ezequiel Montanha
Sonia Montanha
Timotio Gonçalves
Janete Gonçalves
Isaac Martins
Estela Monica Martins
Eduardo Nicolau Soares
Janes Almeida
Edson Fornazari

