Inteligente, dissimulada, coerente no discurso e com bom tino para negócios. Estas são as características na traficante catarinense Sonia Regina Gomes, 36 anos, que chamaram a atenção da Polícia Civil de SC e da Polícia Federal do RS.

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Natural de Jacinto Machado, Sul de SC, Sonia chegou a fugir de um presídio em Foz do Iguaçu (PR), em 2012. Procurada pela Interpol, foi presa em flagrante por tráfico internacional de drogas, pela Polícia Rodoviária Federal do RS, na Serra gaúcha, nesta terça-feira.

Ela é suspeita de ser a principal fornecedora de maconha para a Região Metropolitana de Porto Alegre e Serra gaúcha com atuação também na região de Lages, Serra catarinense.

A única vez que Sonia teve contato com a polícia de Santa Catarina foi em novembro de 2010 na comarca de Modelo, Oeste de SC. Na ocasião, ela foi conduzida para esclarecimentos na delegacia local depois da prisão em flagrante de dois suspeitos de integrarem sua quadrilha.

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No dia 5 daquele mês, a população de Serra Alta, município com cerca de três mil habitantes e que pertence à comarca de Modelo, desconfiou de um casal numa Blazer preta circulando pela cidade e chamou a polícia. Na abordagem, policiais civis e militares encontraram aproximadamente 100 quilos de maconha na caminhonete.

Os agentes descobriram que Marlene da Costa Amorim, na época com 37 anos, natural de Santo Antônio do Sudoeste (PR) e Adriano Sosa Ocampos, 25 anos, de Foz do Iguaçu (PR), haviam passado pela fronteira do Paraguai com o Brasil, ponto distante cerca de 370 quilômetros de Serra Alta. Os suspeitos viajavam em direção ao Rio Grande do Sul.

No celular de Adriano encontraram ligações recentes. Um policial se passando pelo suspeito ligou para o número. Do outro lado da linha estava Sonia, que aceitou encontrar o cúmplice de quem havia se perdido.

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Na emboscada, Sonia chegou dirigindo um Gol e conseguiu jogar o celular fora. Foi conduzida para a delegacia, suspeita de ser a batedora da Blazer, e em seguida liberada por falta de provas.

– Não foi possível comprovar o envolvimento dela com os supeitos. Na delegacia, Sonia foi dissimulada o tempo todo. Se fez de inocente, dizendo que tinha filhos doentes no Rio Grande do Sul e que não tinha com quem deixá-los. Falou que desconhecia a dupla presa. Em momento algum se contradisse. Foi firme e coerente – contou o titular da delegacia de Modelo, delegado Joel Specht.

Os suspeitos Marlene e Adriano ficaram detidos. O caso foi encaminhado a Polícia Federal por se tratar de tráfico internacional de drogas.

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Fuga de presídio em Foz do Iguaçu (PR)

Sonia tinha também dois mandados de prisão pela Polícia Civil do Paraná, de acordo com o chefe da delegacia da PF na Serra gaúcha, Noerci da Silva Melo, unidade que investigava a traficante.

A catarinense já havia sido presa em flagrante por tráfico internacional de drogas em Foz do Iguaçu, em 16 de setembro de 2012, junto de outras seis pessoas, sendo duas do Paraguai.

Sonia estava coordenando o carregamento de 2,3 toneladas de maconha em quatro carros. Foi conduzida para um presídio em Foz e fugiu da unidade antes de novembro daquele ano, quando a Operação Santa Fé foi deflagrada pela PF gaúcha.

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Como a PF suspeitava que a traficante estava escondida no Paraguai e por haver mandado de prisão por tráfico internacional de drogas contra ela, a Justiça Federal autorizou a inclusão do nome de Sonia na difusão vermelha, código de alerta para captura internacional na lista de procurados da Interpol.

A unidade conhecida como Organização Criminal de Polícia Internacional não possui ranking dos mais ou menos procurados, conforme informações da Interpol em Brasília.

No primeiro semestre de 2013, Sonia foi condenada a 14 anos e cinco meses de prisão por tráfico internacional de drogas.

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O delegado da PF/RS, Noerci da Silva Melo, disse que a catarinense não tem conexão com facções criminosas, a princípio.

– Ela coordenava a célula na serra. Comprava a droga no Paraguai, acompanhava o carregamento nos carros, mas não atuava como batedora. Era expert no tráfico, sabia comprar e vender, e tinha bons contatos. Distribuía a droga nas serras gaúcha e catarinense, especificamente na região de Lages – concluiu o delegado da PF/RS.