Um homem de 26 anos com deficiência mental foi trancado pelo pai, Sétimo Batista da Cruz, 62, em uma quitinete em Florianópolis há cerca de 10 dias. Ele sobrevive com a ajuda dos vizinhos que se revezam para levar café, almoço e janta. A Polícia Civil foi alertada na sexta-feira, às 11h59min, mas até a noite deste domingo, não havia atendido o caso.
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O caso foi descoberto pelo dono da quitinete em 26 de maio, quando foi cobrar o aluguel. Ele encontrou somente o rapaz e soube que o pai havia saído para ver uma mulher. Durante a conversa, o homem mencionou que estava com fome e que esta não era a primeira vez que ficava um longo período sozinho.
Segundo o dono da quitinete, Sétimo levou o dinheiro da aposentadoria do deficiente e o cartão de ônibus que dá direito à isenção da tarifa. O pai nega. O rapaz tem a companhia de duas cachorrinhas, também deixadas para trás sem comida.
O homem contou onde é a casa da mulher com quem o pai estaria. O dono da quitinete mais um vizinho estiveram no local, que fica em São José, no feriado. Não encontraram Sétimo, mas deixaram recado para ele ir cuidar do filho ou chamariam a Polícia Civil. Como não tiveram retorno, foram à Delegacia de Capoeiras no dia seguinte.
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:: Delegado pode encaminhar caso para corregedoria
O policial registrou o boletim de ocorrência por cárcere privado e abandono de incapaz, mas teria informado que nenhuma providência poderia ser tomada até segunda-feira porque faltava carro. Questionado, na noite deste domingo, o plantonista respondeu que não podia confirmar a informação dos vizinhos, mas que fazia sentido porque no feriadão as escalas são reduzidas.
O diretor de Polícia Civil da Grande Florianópolis, delegado Ilson Silva, disse que este tipo de situação não pode ocorrer porque há equipe e carro para emergências. Ele afirmou que o caso será checado nesta segunda e se a informação for confirmada a corregedoria será acionada.