Uma reunião na manhã desta terça-feira no Hospital Infantil entre a direção, assistência social e Conselho Tutelar do Norte da Ilha definiu que o bebê Miguel Enrique Cechinel Menna, de nove meses, vai permanecer mais 15 dias internado até que a casa adaptada e a equipe de profissionais estejam prontos para recebê-lo. A criança sofre de atrofia muscular espinhal, doença degenerativa sem cura e recebeu alta do hospital na segunda-feira, porém a família pediu um prazo para garantir que ele receba todos os cuidados necessários em casa.

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Bebê Miguel recebe alta mas família não tem condições de recebê-lo em casa

– É um alívio, desde que soubemos que ele teria alta ficamos sem dormir, pois não adianta sair do hospital sem estes profissionais para atender ele quando estiver em casa. Ele tem esse direito, já ganhamos isso na justiça. A doença não tem cura, mas queremos dar ao menos qualidade de vida – disse a mãe Juliana Menna.

Laine Valgas: Juntos com Miguel

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Segundo a conselheira tutelar do Norte da Ilha, Indianara Trainotti, o prazo foi dado não somente para o término da casa que a família está construindo, mas também para a garantia da equipe multidisciplinar para atender Miguel assim que ele sair do hospital.

– Foi um consenso entre a direção, nós e família este prazo de 15 dias, pois o quadro dele está estável. O objetivo é conseguirmos que ele saia do hospital o quanto antes, pois lá ele também corre riscos de infecções – explico Indiara.

O Hospital Infantil informou por meio da assessoria de imprensa que Miguel segue de alta, e clinicamente é melhor ele ir para casa, mas diante do apelo da família foi dado o prazo de mais 15 dias. A assessoria ainda informou que foi elaborada uma ata de reunião e os pais têm ciência que assumem a responsabilidade sobre o risco de infecções e que outras crianças também necessitam de leito.

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Casa está quase pronta

Miguel está internado desde novembro de 2014, quando a família descobriu a doença após uma série de exames. A família começou uma campanha para conseguir construir a casa com a estrutura necessária para o atendimento domiciliar do bebê, e com dinheiro arrecadado comprou equipamentos necessários e está finalizando a casa.

Casa está quase pronta para receber Miguel

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

O pai do bebê, Miguel Menna Neto, explica que faltam acabamentos na casa, e ele está correndo contra o tempo para conseguir terminar tudo do prazo:

– Eu tinha metade do dinheiro pro terreno, e ganhei a mão de obra de um amigo construtor. Acredito que arrecadamos cerca de R$ 100 mil, mas somente um aparelho de respiração custou R$ 42 mil. Assim que terminar tudo vou fazer as contas com todas as notas para informar todos que ajudaram – falou.

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