A sequência de ocorrências com carros e ônibus incendiados nesta terça-feira em Florianópolis, além dos tiros disparados a uma delegacia, são apontados pela Secretaria do Estado da Segurança Pública como uma resposta contra ações da Polícia Militar entre a noite de segunda e a tarde desta terça no Norte da Ilha. Os ataques seriam uma tentativa de dispersar a mobilização policial na região.
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O novo secretário de Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Junior, destacou que armas foram apreendidas pela PM em patrulhamento na localidade do Morro do Mosquito, na Vargem do Bom Jesus, durante a noite — um grupo de suspeitos largou os armamentos e saiu em fuga. Já durante o dia, uma facção rival de fora teria aproveitado a vulnerabilidade do grupo criminoso local para invadir a mesma localidade.
O secretário afirma que a polícia já monitorava a situação e, por isso, houve enfrentamento com os bandidos. Ainda conforme o secretário, os criminosos se esconderam na região e os incêndios registrados durante a tarde foram planejados para desmobilizar as viaturas.
Empossado nesta terça-feira no cargo de secretário, o novo titular da pasta descarta a possibilidade de as ocorrências serem uma retaliação à chegada dele no comando.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o prefeito Gean Loureiro (PMDB) também afirmou que a onda de violência se deve a uma “retaliação de operações que tiveram sucesso da Polícia Militar no combate a criminosos e apreensão de armas”.
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—Já contatei tanto o secretário quanto o comandante-geral, que estão todos nas ruas para uma pronta resposta que, obviamente, vai manter firme as ações de combate à criminalidade de Florianópolis — afirmou.
Entrevista com Alceu de Oliveira Pinto Junior, secretário do Estado da Segurança Pública
Não há relação entre os atentados e a sua posse como secretário?
—Não tem relação. São decorrentes de uma apreensão que foi feita ontem (noite de segunda-feira, madrugada de terça-feira) lá no Morro do Mosquito, em relação a cinco armas, mais um fuzil depois. Foi apreendido de uma facção e a outra facção sentiu que a primeira estava enfraquecida, tentou invadir. Mas não esperavam que a polícia também tinha feito o mesmo raciocínio e aguardava por eles lá. Daí se esconderam no mato e, para tentar tirar a atenção da polícia, é natural que façam esses salves (ordens de ataque).
Essas ocorrências alteram as prioridades do senhor para o início de trabalho?
—Essas ocorrências, de reação a determinadas ações que já estavam sendo realizadas e continuarão sendo realizadas, não alteram nosso planejamento porque o planejamento já previa algum tipo de reação nesse sentido.
Que respostas as forças de segurança podem dar em meio a essa retaliação?
—Reduzir a capacidade dessas organizações, a articulação que tem essas organizações. Na medida em que vamos reduzindo, é claro que existe uma reação. Esta reação é planejada, natural. Precisamos ter o cuidado de salvaguardar vidas humanas. Mas isto vai diminuindo a força dessas organizações.
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As ocorrências são uma retaliação pontual ou podem se estender nos próximos dias?
—O salve já foi dado (ordem de ataques). Se não houver uma repetição, uma insistência… São dados com um objetivo, para tirar a polícia de um determinado local. Se a polícia não saiu, desiste da história e salve-se quem puder. Daí termina.