O Carnaval mais tarde, a Copa do Mundo e a eleição presidencial foram apontadas pelo presidente do BMW Group Brasil, Arturo Piñeiro, como razões para a estagnação da economia neste ano. Apesar do momento difícil, o executivo ressaltou que o projeto da fábrica em Araquari é de longo prazo.
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Segundo Piñero, o Brasil poderá produzir perto de 3,5 milhões de veículos em 2015. No ano passado, a BMW vendeu 17,5 mil automóveis no País. Neste ano, as vendas devem superar as 18 mil unidades. O foco da companhia para a produção de Santa Catarina é o mercado interno até 2018. A montadora pode até ampliar a capacidade em Araquari, mas isso vai depender da reação do mercado.
– A situação econômica é instável. Há uma incerteza muito grande. Isso tirou a confiança dos consumidores do Brasil, inclusive no agronegócio, que está desacelerando também. É um momento. O mais importante é se adaptar – disse Piñeiro.
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Piñeiro lembrou que o País está em recessão técnica e que o dólar se depreciou. Segundo ele, o que pode mudar no mercado é a confiança. Independentemente de quem se eleger presidente, 2015 será um ano difícil, e o Brasil precisa de reformas. E o impacto delas não será no curto prazo. Para enfrentar isso, o executivo disse que a empresa terá que ser mais forte comercialmente.
Pioneirismo
Piñero lembrou o pioneirismo da companhia, destacando que a BMW foi a primeira a entrar no Inovar-Auto. Uma das exigências do programa, o uso de conteúdo local na fabricação dos carros, está dentro do planejado. O diretor da planta de Araquari, Gerald Degen, disse que, hoje, 25% dos componentes dos carros são feitos no Brasil e que a empresa vai atingir os 30% em setembro do ano que vem.
A montadora já produziu 60 veículos Série 3 na fábrica catarinense. São quatro veículos por hora na nova unidade.
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Sobre a expansão de vendas no Brasil, a companhia pretende avançar onde tem presença mais fraca. O plano é chegar a 70 concessionárias em 2017 e crescer no Norte, Nordeste e Centro-oeste. Hoje, são 47 concessionárias.
Montadora precisou de 150 documentos
O diretor da fábrica de Araquari, Gerald Degen, mostrou, durante a cerimônia, o peso da burocracia que envolve a abertura de um grande empreendimento no Brasil. Em sua apresentação, ele destacou que a BMW teve de obter 150 documentos, entre licenças e autorizações, aos governos federal, estadual e municipal, para colocar o projeto de pé. Ele citou o empenho da Fatma, “que nos deu grande apoio”.
Degen voltou a reforçar que a qualidade da produção dos carros de luxo em Araquari é a mesma adotada nas fábricas da Alemanha.
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