A escalada de Que Horas Ela Volta? nos cinemas só aumenta. Depois de quase dobrar sua presença no circuito na quinta-feira passada, o longa encerrou seu quarto fim de semana em cartaz como o quarto filme que mais vendeu ingressos no período no Brasil. Em média, foram exatos 500 bilhetes por dia, em cada uma das salas que o exibe, segundo a Filme B, empresa especializada no mercado cinematográfico nacional.
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Trata-se da segunda melhor média entre todos os títulos em exibição no país neste momento, pior somente do que Maze Runner – Prova de Fogo, que somou 680 espectadores por dia em cada cinema no qual está em exibição.
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– Recebo mensagens praticamente a cada cinco minutos no Facebook e em outras redes sociais, todas muito emocionadas – relata a diretora Anna Muylaert. – É importante o mercado dar a um filme tempo necessário para maturação e entendimento do público – completa, comentando a trajetória incomum de aumento de público nas semanas seguintes à estreia.
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Segundo o boletim semanal da Filme B, divulgado nesta terça-feira, Que Horas Ela Volta? atingiu um total de pouco mais de 250 mil ingressos vendidos. O longa nacional está em cartaz em 158 salas no país. O número é consideravelmente maior do que aquele registrado na sua entrada em cartaz, em 27 de agosto, quando 91 salas o exibiam. Mas ainda é bem inferior ao alcance dos filmes de Hollywood – Maze Runner está sendo exibido em 961 cinemas brasileiros, para se ter uma ideia.
O total de espectadores de Que Horas Ela Volta? é igualmente inferior ao registrado pelas comédias populares brasileiras – as chamadas globochanchadas. Linda de Morrer, por exemplo, chegou à quinta semana somando 890 mil espectadores – o filme reduziu sua ocupação, mas ainda está sendo exibido em 241 cinemas no país (com média de 162 pessoas por dia em cada sala).
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De todo o modo, os números alcançados pelo filme de Anna Muylaert são consideravelmente mais significativos do que qualquer longa dramático brasileiro lançado nos últimos meses. A título de comparação: Obra e O Último Cine Drive-In, outros dois dramas nacionais em cartaz, foram vistos até aqui, respectivamente, por 3,3 mil e 11,4 mil pessoas. Real Beleza, produção dirigida por Jorge Furtado e estrelada por Adriana Esteves e Vladimir Brichta, somou, no total, 10,5 mil espectadores, segundo o último boletim da Filme B.
– Acho que, se o mercado tivesse acreditado em Que Horas Ela Volta? como eu acreditava, e tivesse dado a ele um tratamento mais popular, investindo mais dinheiro em publicidade, seus números poderiam ser muito maiores – diz Anna Muylaert a ZH, em entrevista concedida por e-mail. – Hoje a produção nacional está dividida basicamente em dois tipos de filme: o de arte, que normalmente não tem acesso ao grande público, e a comédia televisiva, que até tem acesso, mas que é um subproduto da TV que nada contribui para o cinema brasileiro. Acho que precisamos encontrar um caminho do meio: fazer filmes bem feitos que se proponham a ter qualidade ética e estética e ao mesmo tempo procurem comunicação com o público – finaliza.