A ocupação da sede do Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf) ao lado do Terminal de Integração do Centro (Ticen) no início da tarde desta quinta-feira foi apenas o começo de um dia tumultuado para quem depende do transporte coletivo em Florianópolis.

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No meio da tarde se juntou a paralisação sem aviso de motoristas e cobradores de ônibus ao bloqueio feito por integrantes do Movimento Passe Livre que impediam a venda de passagens. Foram duas horas sem circulação na cidade, que culminaram com ameaça de uma greve para o início da próxima semana.

A invasão do prédio ocorreu de forma articulada e silenciosa. Os manifestantes foram entrando de três em três e pegando senhas. Ao serem chamados não se dirigiam ao balcão. Quando estavam num grupo de aproximadamente 30 pessoas, ordenaram que os funcionários desligassem os computadores e avisaram que não tinham disposição de deixar o local. Chegaram a ser 300 durante o dia. Mudaram de ideia no início da noite, depois de uma assembleia, mas saíram prometendo voltar nesta sexta feira.

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Enquanto ocupavam o Setuf, parte dos manifestantes foi para as plataformas do Ticen e passou a incentivar a população a pular as catracas, sem pagar passagem. Foram 50 minutos da mobilização que foi denominada “catracaço”.

Assim que desocuparam o Setuf, às 20h, os manifestantes dividiram-se em grupos e voltaram a incentivar a população a não pagar para entrar no terminal.

Ocupação impediu venda de vale-transporte no Ticen

No começo de cada mês, cerca de 3 mil pessoas procuram o Setuf, boa parte delas para desbloquear créditos do vale-transporte. É o caso de Samanta Alves, analista de RH em uma empresa de segurança do Centro da Capital, que tentou liberar o cartão de seis funcionários.

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– Estou apavorada. Não sei o que fazer com os funcionários. Vou ter de decidir entre entregar dinheiro para eles ou buscá-los e levá-los em casa – disse.

Para evitar confusão entre manifestantes e a população, a Polícia Militar isolou o Setuf com uma fita amarela.