Invocando o legado de Martin Luther King, que faria aniversário ontem, duas personalidades anunciaram seu boicote ao Oscar 2016 por conta da falta de diversidade racial entre os indicados.
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Pelo segundo ano consecutivo, Oscar não tem concorrentes negros
O diretor Spike Lee e a atriz Jada Pinkett Smith postaram mensagens nas redes sociais afirmando que não participarão da cerimônia, que acontece em 28 de fevereiro – a premiação foi criticada por ter divulgado um rol de indicados totalmente branco pelo segundo ano seguido.
Negros têm trajetória de exclusão e raras conquistas em Hollywood
“Não podemos apoiar uma coisa dessas, e não quero ser desrespeitoso”, escreveu Lee no Instagram, “mas como é possível que, pelo segundo ano seguido, todos os 20 concorrentes nas categorias de atuação sejam brancos? E não vamos nem falar das outras ramificações. Quarenta atores brancos em dois anos, sem ginga nenhuma. Nós não podemos atuar?”
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Lee, no entanto, disse que a “batalha verdadeira” no âmbito do racismo em Hollywood não é com o Oscar, mas sim com “os executivos dos estúdios de Hollywood, da TV aberta e da TV a cabo”, onde são decididos quais projetos serão feitos e quais não”. Em um vídeo postado no Facebook, a atriz Jada Pinkett Smith disse que sequer assistirá o Oscar na TV. Seu marido, Will Smith, foi considerado forte candidato ao Oscar por seu papel em Concussion, mas não foi indicado.
– No aniversário de Martin Luther King, não posso deixar de perguntar: já não chegou a hora de nós, pessoas de cor, reconhecermos quanto poder e influência já angariamos, que não precisamos mais pedir para sermos convidados a algum lugar? – disse ela.
Precisamos conversar sobre o racismo no Oscar
A presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, reagiu à proposta de boicote do Oscar deste ano por Spike Lee e Jada Pinkett Smith se dizendo “triste e frustrada” com a falta de diversidade entre os indicados. Pelo segundo ano seguido, nenhum dos 20 indicados aos prêmios de atuação é negro. Isaacs, que é negra, divulgou um longo comunicado no qual promete mudar a forma de recrutamento de membros da Academia para aumentar a diversidade.
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“Essa é uma conversa difícil, mas importante, e chegou a hora de grandes mudanças. A Academia está tomando passos dramáticos para mudar o rosto de nossos membros. Nos próximos dias e semanas faremos uma revisão no recrutamento de membros para trazer a necessária diversidade na turma de 2016 em diante”, escreveu.
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A Academia não revela a lista de seus membros, mas, em 2012, o Los Angeles Times publicou uma matéria revelando que 90% dos eleitores do Oscar eram brancos e mais de 70%, homens, após confirmar a identidade de 90% deles.
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