A primeira sessão da nova legislatura do Parlamento Europeu começou nesta terça-feira, em Estrasburgo, na França, com protestos de dezenas de deputados antieuropeus. A sessão teve início com interpretação do Hino à Alegria, de Beethoven, pela Filarmônica de Estrasburgo – adotado como hino da União Europeia há vários anos.

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Com as pessoas de pé na Câmara, dezenas de deputados de partidos antieuropeus deram as costas como sinal de rejeição ao projeto. A afronta teve repercussão imediata no Twitter de vários deputados, que criticaram o gesto.

O francês Philippe Juvin, membro do partido conservador, Popular Europeu, chamou os “eurocéticos” de “frágeis, 100 anos depois do suicídio coletivo”, em referência ao início da Primeira Guerra Mundial.

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– Rejeitar a fraternidade não fará com que as coisas avancem – escreveu a liberal francesa Sylvie Goulard.

A Eurocâmara iniciou a nova legislatura nesta terça-feira, depois das eleições de maio nas quais os partidos antieuropeus e de extrema-direita venceram em vários países.

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Na sessão, o social-democrata alemão Martin Schulz foi reeleito presidente do Parlamento Europeu por 409 votos, em um total de 612. Schulz, que foi presidente da Eurocâmara durante a legislatura anterior por dois anos e meio, volta a ocupar o cargo por mais dois anos e meio em consequência de um acordo entre socialistas e conservadores do Partido Popular Europeu (PPE).

Assim como na legislatura anterior, os dois blocos concordaram em dividir a presidência do Parlamento por períodos iguais no mandato de cinco anos.

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– É uma responsabilidade que assumo e aceito (…). Estamos diante de um processo de mudança (…). O Parlamento agora é inevitável – declarou Schulz no plenário, ao recordar que graças ao processo defendido pela Eurocâmara um líder de lista dos partidos representados na Casa foi designado como presidente da Comissão Europeia (Jean-Claude Juncker, do PPE).

Saiba quem defende os principais partidos de extrema-direita da Europa

Como uma advertência para os partidos antieuropeus e de extrema-direita que protestaram mais cedo, o novo presidente disse que não aceitará aqueles que não respeitam as regas da dignidade humana.

*AFP