Holanda e Reino Unido abriram nesta quinta-feira as eleições para o Parlamento Europeu. As pesquisas indicam um avanço dos partidos de extrema-direita, o que preocupa parte da população europeia. Por volta das 7h30min na Holanda, 2h30min pelo horário de Brasília, os holandeses começaram a depositar os votos nas urnas, seguidos, meia hora, depois pelos britânicos.
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Cerca de 328 milhões de votantes de 28 países estão convocados para escolher 751 deputados que terão mandato de cinco anos.
A Irlanda vai às urnas na sexta-feira e a República Checa na sexta-feira e sábado. Itália, Malta, Eslováquia e Lituânia no sábado. O restante da União europeia elege o parlamento apenas no domingo. Os resultados da votação europeia devem ser divulgados no domingo, às 21h na Europa, 18h pelo horário brasileiro.
Com 26 milhões de desempregados e um grande ressentimento com as políticas de austeridade determinadas pelas instituições europeias em países em crise, os partidos contrários à imigração e contra o bloco continental estão em vantagem.
As pesquisas apontam que no Reino Unido, França e Holanda os partidos mais à direita poderiam vencer algumas cadeiras: UKIP, Frente Nacional e Partido da Liberdade (PVV), paradoxalmente os mais antieuropeus do arco político.
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Perguntado sobre qual o motivo de entrar no parlamento de uma instituição que não gosta, o líder do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, respondeu:
– Para expor a posição sobre a União Europeia, simples assim.
O britânico também comentou a respeito de ser considerado um “antieuropeu”.
– É ridículo dizer isto. Gosto da Europa, é um grande lugar. Sou casado com uma europeia, trabalhei para empresas europeias e gosto da cultura europeia. Mas odeio a bandeira. Odeio o hino. E odeio as instituições – disse.
Para Mark Leonard, do Conselho Europeu das Relações Exteriores, o avanço dos eurocéticos pode ser mais perigoso que a emergência do Tea Party nos Estados Unidos:
– Pode levar a um espetáculo esquisito de um Parlamento que odeia a si mesmo, que basicamente busca assegurar a própria abolição.
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Segundo a pesquisa PollWatch2014 divulgada em 20 de maio, os partidos de ultradireita e contrários ao sistema devem obter 95 cadeiras, 12,6% do total, um avanço espantoso na comparação com a atual Eurocâmara, na qual somam 33 eurodeputados (4,3%).
Apesar dos temores, conservadores e socialistas, reunidos respectivamente no Partido Popular Europeu (PPE) e Socialistas e Democratas (S&D), permanecerão como os dois principais grupos políticos.
Os conservadores devem conseguir eleger 217 eurodeputados, 57 a menos que nas últimas eleições. Já os Socialistas e Democratas esperam um acréscimo de cinco cadeiras, com 201 parlamentares.
* AFP