Em dezembro, eventos globais de ordem econômica, como a alta dos juros pelo FED, a aceleração da queda do preço do petróleo e a continuidade do processo de desvalorização da moeda chinesa, contribuíram para a oscilação dos preços dos ativos.

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Essa tônica deve se manter ao longo de 2016. Do lado doméstico, a perda do grau de investimento azedou ainda mais os mercados, mas o desenrolar da cena política segue sendo uma das principais fontes de volatilidade.

Nesse contexto, agravado por um quadro de recessão econômica, a troca de ministro da Fazenda, com Nelson Barbosa assumindo a posição de Joaquim Levy, pouco aliviou os ânimos dos agentes econômicos em relação às expectativas de uma condução mais assertiva da política fiscal.

A percepção geral foi que a mudança sinalizou um viés mais heterodoxo no processo de ajuste dos desequilíbrios fiscais, justamente no momento em que o País precisa de mais austeridade para reequilibrar as contas públicas.

Se por um lado a troca de ministros não acalmou o mercado, por outro acabou trazendo maior protagonismo ao Banco Central e ao seu presidente, Alexandre Tombini. Com o IPCA na casa dos quase 11% ao ano, a sazonalidade alta do índice e a indexação econômica favorecendo a persistência da trajetória de alta dos preços, o risco de desancoragem das expectativas de inflação aumenta.

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Contudo, se ao subir os juros o BACEN reforça seu compromisso com o controle de preços, pode agravar ainda mais a situação já frágil da economia brasileira.

O cenário desenhado acima sinaliza, portanto, um ambiente ainda mais desafiador para a implementação de ajustes monetários pelo Banco Central e para medidas fiscais mais austeras pelo novo ministro da Fazenda.

O reflexo disso é a continuação da alta volatilidade nos mercados de câmbio, juros e ações. Nesse contexto, para 2016 entendemos que existem boas oportunidades em títulos de renda fixa atrelados à inflação, aos quais sugerimos novo aumento da exposição.

Os ativos globais (fundos que investem fora do Brasil) também continuam atrativos e essenciais para diversificação.

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