Desde outubro de 2014, o dólar subiu mais de 62% em relação ao real. Porém, foi ao ultrapassar o valor de R$ 4 que o movimento de fato assustou os mercados. A deterioração acelerada das condições políticas e econômicas do País, somada às perspectivas de baixo crescimento da China e de redução da liquidez global com o eventual aumento dos juros nos EUA, fez a demanda por dólar disparar.

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A moeda chegou a subir 17% somente ao longo de setembro, antes de fechar o mês com cerca de 9% de alta após a intervenção do Banco Central.

Os reflexos desse movimento, infelizmente, já conhecemos: além de atrapalhar diretamente os planos de viagem ao exterior e de compra de produtos importados, a alta do dólar pressiona os preços dos insumos de diversos bens de consumo básicos, como alimentos e produtos de higiene, que ficam mais caros.

Consequentemente, o IPCA, índice de inflação usado pelo Banco Central do Brasil para balizar a taxa de juros, sobe também, ainda que não imediatamente. Os setores exportadores tendem a se beneficiar desse movimento, mas ele é contraprodutivo em horizontes um pouco mais longos.

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Para controlar a pressão inflacionária adicional, o Banco Central poderia elevar os juros para conter a demanda, mas com a economia já em recessão, esse movimento não é nada fácil.

A alternativa tem sido segurar a alta do dólar por meio de leilões de swap da moeda, que, embora amenizem a oscilação dos preços, têm efeito limitado. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou que até mesmo as reservas cambiais, o “colchão” de segurança do País, podem ser usadas para arrefecer os ânimos do mercado, mas sem avanço nas questões mais estruturais do País, pouco poderá ser feito.

Assim, com as disparidades políticas e o cenário externo ainda longe de trazer algum alívio, é esperado que a volatilidade da moeda e de outras classes de ativos continue alta.

Nesse contexto, a melhor forma de proteger a carteira de investimentos e de aproveitar as eventuais oportunidades em um ambiente de preços divergentes continua sendo a diversificação do portfólio, de preferência global. O momento é de preservação do patrimônio.

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