O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda-feira que o governo estadual dará uma recompensa de R$ 50 mil para quem tiver novas informações que levem à prisão de suspeitos pela chacina que terminou com a morte de 18 pessoas em Osasco e Barueri na última quinta-feira.
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As denúncias devem ser feitas pelo site webdenuncias.org.br. O valor é o maior já oferecido por informações sobre suspeitos.
Alckmin afirmou que há 50 policiais focados em esclarecer o caso, mas que as colaborações serão bem-vindas.
– Quem tiver informações, não é pelo 181, é pelo Web Denúncia. Total sigilo – disse o governador.
O governador não deu novos detalhes sobre os avanços da operação no fim de semana para, segundo ele, não comprometer as investigações.
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– Nenhuma hipótese está descartada e nós devemos ter segurança para poder fazer afirmações comprovadas. Então vamos aguardar o trabalho – disse.
Reunião
O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, se reúne nesta segunda-feira com a cúpula da Polícia Civil na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para tratar das investigações sobre a chacina.
– Uma reunião de trabalho para acelerar a investigação e verificar quais medidas judiciais serão necessárias a partir de hoje para auxiliar na investigação – afirmou Moraes.
Policiais militares são os principais suspeitos pelos crimes. Segundo o secretário, no entanto, nenhum PM foi ouvido ainda.
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– Estamos dando prioridade para a oitiva de vítimas e testemunhas, além de moradores dos locais onde houve morte – disse.
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Ainda de acordo com Moraes, a Corregedoria da PM fez diligências durante todo o fim de semana.
A hipótese de que guardas civis de Barueri agiram em conjunto com PMs também não está descartada. O secretário afirma, contudo, que ainda é preciso provar a correlação entre os casos de Osasco e os de Barueri.
Ao menos três grupos diferentes atuaram na chacina. Investigações a partir de laudos periciais e cruzamento de balística também apontam que as mortes foram provocadas por ao menos dez criminosos.
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Em Osasco, quatro armas diferentes foram usadas em três eventos. Elas seriam correspondentes aos ocupantes do Peugeot prata, que também aparece em imagens de câmeras de segurança. Em uma motocicleta teriam atuado outras duas pessoas na cidade.
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Já em Barueri, os laudos apontam para quatro armas simultâneas que atuaram em dois eventos. O secretário informou ainda que vai editar uma resolução para permitir pagamento de recompensa de até R$ 50 mil para quem der informações que levem aos criminosos.
Depoimentos
A partir desta segunda-feira, policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à pessoa (DHPP), Seccional de Osasco e da Corregedoria da PM começam a ouvir depoimentos de testemunhas e parentes das vítimas fatais. Se houver condições, os sobreviventes também serão ouvidos. O Ministério Público Estadual também vai acompanhar as investigações com o objetivo de agilizar eventuais pedidos à Justiça.
Dois policiais militares que trabalhavam diretamente com o cabo Avenilson Pereira de Oliveira devem ser chamados no começo da semana para prestar esclarecimentos. Pereira pertencia à Força-Tática do 42º Batalhão da PM de Osasco, que é um grupo treinado para ocorrências mais violentas com bandidos.
*Estadão Conteúdo