Por entender ser a melhor estratégia do atual momento da investigação da morte do menino Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, o advogado Vanderlei Pompeu de Mattos vai aconselhar a sua cliente e principal suspeita pelo crime, a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, a prestar depoimento durante a semana à Polícia Civil.

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Na semana passada, ela optou por não falar ao ser ouvida pela Polícia Civil de Três Passos, cidade agrícola do noroeste do Rio Grande do Sul.

– Na ocasião em que foi chamada para depor ela estava muito debilitada pela situação. Na última quinta-feira, eu conversei com a Graciele e comecei a trabalhar no sentido de que ela preste esclarecimentos à polícia. Devemos ter uma conversa definitiva sobre isso no início da semana – comenta Pompeu de Mattos.

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O advogado disse que a estratégia de defesa é conseguir que a sua cliente tenha um julgamento justo. E, no seu entendimento, o sentimento de passionalidade que tomou conta da sociedade com a morte do menino precisa começar a ser desfeito. Ele considera o depoimento da sua cliente o início de um processo de desativação desse ambiente.

Graciele, o pai do menino, o médico Leandro Boldrini, e a amiga do casal, a assistente social, Edelvania Wirganovicz, estão presos temporariamente, suspeitos pelo assassinato do garoto.

Consultada, a delegada responsável pelo caso, Caroline Bamberg, não se pronuncia sobre as investigações.

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Relembre o caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 32 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

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Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini _ que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município _, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.