Embora a motivação do crime ainda seja um mistério, a Polícia Civil está convencida de que as três pessoas investigadas pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, tiveram participação no assassinato. A delegada Caroline Bamberg Machado, responsável pelo caso, descartou desde o início das investigações as hipóteses de sequestro e desaparecimento por conta própria:

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– Não tenho dúvida do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga, mas precisamos identificar o que cada um fez.

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A possibilidade do uso de uma injeção letal surgiu após o corpo do menino ser encontrado, na noite de segunda-feira. A confirmação, no entanto, depende dos laudos da perícia.

– O que está aparecendo agora não se compara ao que tínhamos antes de encontrá-lo (corpo do menino) – salienta Caroline.

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Inicialmente, os suspeitos ficaram presos em Três Passos, mas, por questões de segurança, foram transferidos a outras cadeias. A prisão preventiva tem validade de 30 dias.

Outro elemento que se junta aos indícios com os quais os investigadores trabalham é que Bernardo já teria procurado o Judiciário reclamando de maus-tratos. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, foi descartada a participação de Leandro Boldrini, 38 anos, na morte da mãe de Bernardo, ocorrida há quatro anos. A delegada não confirmou se a avó materna do menino havia feito um pedido de adoção.

Amiga de madrasta indicou localização do corpo

A amiga da madrasta de Bernardo foi peça-chave para a investigação. Conforme a polícia, esta mulher foi a responsável por apontar a localização do corpo do menino. Outro fato que contribuiu para a apuração do caso foi a madrasta ter recebido uma multa por alta velocidade enquanto se dirigia à Tenente Portela – o menino estaria junto no veículo.

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Zero Hora busca contato com o advogado dos investigados. Até as 15h, não havia tido sucesso.

O caso que abalou Três Passos

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no último dia 4, uma sexta-feira, em Três Passos. De acordo com o pai, ele teria ido à tarde a Frederico Westphalen com a madrasta para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite desta segunda-feira, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen. O pai, Leandro Boldrini, 38 anos, a madrasta e uma terceira pessoa foram presos suspeitos de participação na morte da criança.

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O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, 38 anos, é médico e atua como cirurgião-geral no hospital do município. Ele também é proprietário da Clínica Cirúrgica Boldrini. Bernardo morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano. Ele estudava no turno da manhã no Colégio Ipiranga, instituição particular.

Corpo do menino foi encontrado a 80 quilômetros de Três Passos: