O advogado blumenauense Marco Antônio André registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil de Blumenau sobre os cartazes colados na frente de casa e em um poste na rua onde mora no bairro Ponta Aguda. O material continha símbolos de um grupo supremacista norte-americano e fazia uma ameaça pelo fato de ele ser negro e praticante do candomblé.

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André compareceu à delegacia na manhã desta quarta-feira para registrar o caso e informou que a investigação correrá em sigilo.

— Entramos em um acordo de que tem ser assim devido às abordagens que precisam ser feitas e a forma como isso vai ser investigado — diz.

Ele ressalta que a polícia busca imagens que possam ajudar a identificar os responsáveis pelas mensagens e começa a mapear casos semelhantes na cidade.

O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Furb, Carlos Silva, e o ativista e integrante do Movimento de Consciência Negra de Blumenau Cisne Negro e do Coletivo LGBT Liberdade, Lenilso Silva, se reuniram com o secretário de Estado de Segurança Pública César Grubba em Florianópolis para protocolar uma denúncia e cobrar providências sobre o fato ocorrido com o advogado.

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Grubba determinou rigor na apuração e identificação dos autores de atos racistas e de intolerância religiosa e que a equipe de videomonitoramento da SSP faça uma busca minuciosa nas imagens captadas pelas câmeras instaladas nos locais onde os cartazes foram colados.

— É lamentável que isso ocorra em Santa Catarina em pleno século 21. Vamos investigar até chegar aos autores desta insanidade — disse o secretário.

O delegado adjunto da Polícia Civil, Marcos Ghizoni, informou que as investigações já começaram e serão coordenadas pelo delegado Egídio Ferrari, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) e Blumenau, onde a queixa foi registrada.

Segundo Silva, manifestações racistas, homofóbicas e de intolerância religiosa já ocorreram de forma mais velada em Blumenau, mas acredita que o fortalecimento de grupos de extrema-direita em lugares como a Europa e os Estados Unidos contribuem para que os ataques sejam mais objetivos e direcionados, principalmente, a ativistas à frente de movimentos pela igualdade.

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