O promotor de Justiça do Piauí Francisco de Jesus diz ter sido vítima de racismo em encontro do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), que foi realizado na sede do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), entre os dias 4 e 6 de setembro. Em entrevista ao G1, Jesus conta que foi barrado duas vezes na entrada do prédio, enquanto outros participantes teriam tido acesso livre.
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Em nota, o MPSC diz que “repudia, com veemência, qualquer acusação sobre práticas discriminatórias praticadas por sua equipe de Recepção e Segurança”. E acrescenta que “todas as pessoas não identificadas estavam sujeitas a serem interpeladas pelos agentes de segurança – devidamente treinados para abordagens – e caso fossem estranhas ao evento ou ao quadro de servidores do Ministério Público Catarinense, eram encaminhadas à recepção para o devido credenciamento, onde deveriam apresentar documentos de identificação”.
Ao G1, o promotor contou que foi o único a ser barrado em dois dias seguidos do evento. Na segunda ocasião ele chegou a gravar um vídeo questionando os motivos ao segurança, se era por ser negro ou se aparentava ser ladrão. O funcionário alega que é um procedimento padrão e que não é nada pessoal e então libera a passagem. O promotor diz ter ficado chateado e constrangido com a situação.
O MPSC afirma que, no segundo dia, ele não portava crachá de participação no encontro e que a equipe de segurança era diferente do dia anterior. “Logo, o agente registrado em vídeo captado pelo Promotor agiu corretamente, solicitando que o visitante se identificasse”. Diz ainda que no período do evento, Santa Catarina enfrentava ações orquestradas por facções criminosas, “o que demandou reforço técnico na estrutura e rigorosa atuação dos procedimentos de verificação por parte da Casa Militar do MPSC bem como pela Coordenadoria de Inteligência e Segurança Institucional (CISI)”. A nota diz ainda que membros do MPSC, no dia 4 de setembro, buscaram informações junto aos envolvidos e ao promotor. E que em reunião realizada no período “os fatos foram esclarecidos e Francisco manifestou compreensão”.
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Francisco de Jesus diz que ajuizou ações pedindo responsabilidade penal e administrativa contra os autores. Em nota, o MPSC informa que não recebeu, até o presente momento, qualquer representação por parte do promotor.
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