Tristeza e choro marcaram o velório de Gabriel Felício Rodrigues, de 15 anos – morto em confronto entre a Polícia Militar e moradores durante uma farra do boi no bairro São Pedro, em Navegantes. Amigos e familiares compareceram à capela municipal onde o corpo era velado sábado a tarde. O enterro está marcado para domingo, às 14h.
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O pai, que não quer ser identificado, contou que estava dormindo quando recebeu a notícia que o filho tinha sido baleado, mas pensou que era com bala de borracha.
– Quando cheguei no hospital meu filho estava praticamente morto – desabafou emocionado.
Uma tia do jovem, que também não se identificou, disse que a família quer respostas sobre o que aconteceu e vai esperar os laudos para tomar alguma providência.
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– Estamos indignados, mas quem não ficaria quando o filho é morto na véspera do aniversário? A mãe dele está em choque – explicou.
A mulher confirma que o garoto estava participando da farra do boi e relata ainda que crianças, gestantes e idosos sempre participavam.
– Ele cresceu vendo isso (farra do boi) e todos ali sabiam que ia ter represália, mas não assassinato, porque isso foi um assassinato.
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A tia mostrou também o laudo entregue pelo IML de Itajaí, que afirma que a causa da morte foi choque hemorrágico por projétil de arma de fogo. De acordo com ela, a bala atravessou a perna e parou no osso do lado direito da cintura.
– Ele morava com a mãe e dois irmãos, era um menino muito querido por todos e estava feliz porque ia poder ir no Beto Carrero. No hospital ele ainda estava falando – lembra.
Outra tia de Gabriel relata que seu filho encontrou o jovem baleado e o conduziu até o hospital.
– Ele disse que quando a polícia chegou eles se jogaram na água e quando saíram pegaram placas pra se defender, mas daí viram que eram tiros de verdade, e não de borracha, então começaram a correr. Quando ele olhou de volta viu o menino caído e o levou para o hospital – comenta.
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A tia afirma que quando o garoto foi baleado os policiais de Itajaí e Balneário Camboriú ainda não tinham chegado ao local.
– Ninguém tem direito de tirar uma vida. No hospital ele estava conversando conosco, me pediu até uma Coca-Cola gelada e eu disse que ele ia beber quando chegasse em casa. Ele era um garoto amável e meigo – conta.