Após um julgamento que durou mais de mais de seis horas, o acusado de matar o advogado Paulo Cesar Martins em Florianópolis há quase quatro anos foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão por homicídio duplamente qualificado. O júri popular ocorreu na tarde desta terça-feira, na Capital.

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Luciano Schultz Mansur, que também é advogado, ainda está internado Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) e deve ser transferido ao sistema prisional comum em breve.

O crime aconteceu na manhã de 22 de julho de 2010. Segundo a conclusão do julgamento, o réu assassinou o advogado Paulo Cesar Martins quando este deixava o escritório dele, localizado em um edifício na rua Marechal Guilherme, no centro da Capital. A vítima morreu com três tiros – na mão, no tórax e no abdômen.

O atirador foi filmado pelas câmeras internas do prédio onde o crime aconteceu, no horário em que a vítima foi baleada. Segundo a promotoria, o motivo do crime teria sido um descontentamento por ter sido condenado em um processo de atropelamento em que Martins era seu defensor. A condenação anterior serviu para aumentar em dois anos a pena aplicada nesta terça-feira.

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A pedido da própria defesa, Mansur não acompanhou o julgamento. A intenção da defesa era que o réu fosse considerado inimputável por apresentar graves problemas psiquiátricos. O Ministério Público, entretanto, convenceu o jurado do contrário: não houve votos em favor da defesa.

Para o promotor Giovani Werner Tramontin, que responde atualmente pela Vara do Júri da Capital, o acusado é “um homem inteligente”, que planejou o ato, escondeu a arma do crime e fugiu para o Paraguai logo em seguida.

– Foi uma estratégia equivocada não levar o réu ao julgamento. Se ele realmente não tivesse condições de ser transferido ao sistema prisional comum, o júri poderia ver isso com os próprios olhos.

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O Tribunal do Júri entendeu que a vítima não teve chance de defesa e que o crime foi motivado por motivos fúteis, o que agravou a pena de Mansur.

O réu nega ter cometido o assassinato. O advogado do condenado, Gilberto Tinoco da Silva, não foi encontrado na manhã desta terça-feira para falar sobre o julgamento ou informar se haverá recurso por parte da defesa.