A reportagem do Diário Catarinense entrevistou Eduardo de Mattos, delegado responsável pela investigação do assassinato, em Caçador, de Lucas Pereira, 22 anos, morto na madrugada do dia 22. Ele foi considerado desaparecido por dias, até o corpo ser encontrado na tarde do último sábado. O principal suspeito do crime, Fábio da Silva, também de 22 anos, foi detido com um mandado de prisão temporária um dia antes da localização do corpo.
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Polícia diz que suspeito cometeu pelo menos mais dois homicídios
Que elementos a polícia tem para acreditar que se trata de um serial killer?
Pelos indícios coletados, pelo histórico dele (Fábio), de estar indiciado pela morte do próprio pai. Pelos vídeos contidos no celular do suspeito, onde em um deles ele aparece cortando uma pessoa ao meio, e pelas provas que temos do homicídio do Lucas. Acredito que estamos diante de um assassino em série.
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A polícia não teve acesso, mas o que os relatos dizem do que aparece nos vídeos?Há tempos ele saía de casa, dizia que tinha sede de sangue e voltava com a roupa suja de sangue. A família apenas desconfiava. Mas ele fez um vídeo cortando uma pessoa ao meio e falando para um familiar: “olha aqui, você falou que eu não tinha coragem”. Em outro vídeo, Fábio aparece esquartejando outra pessoa, mas não dá para vê-lo nas imagens.Qual seria a motivação para gravar os crimes?É que todo mundo duvidava dele. Ninguém acreditava, então era uma maneira de provar. O serial killer não tem vontade só de matar. O fato de ir à noite, esquartejar e enterrar faz parte de um ritual. Todas as testemunhas foram ouvidas de surpresa e em momentos diversos. Elas relatam as mesmas frases que Fábio dizia.
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O que se sabe sobre a personalidade do suspeito?
De acordo com relatos de familiares, após a morte do pai ele passou a ter alucinações, falava a todo o momento que o pai aparecia para ele, chegou a pedir ajuda para se internar. Por vezes relatava a familiares que tinha sede de sangue. Por esses elementos, a gente acredita que possa haver mais vítimas (…) Não tenho dúvidas de que se trata de um psicopata, um serial killer. Vamos precisar da colaboração dele em algum momento. Se analisarmos o histórico de casos assim, uma hora eles falam.
A hipótese de que há mais vítimas demanda muita investigação?
Além de a gente ter de identificar as vítimas, precisamos reconstituir eventuais crimes, que podem ter ocorrido há um ano, o que é difícil. Com o tempo as provas vão se perdendo. Mesmo delimitando a região de Caçador, é muito difícil sair à procura de corpos.
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Quais os próximos passos da investigação?
Estamos trabalhando para concluir esse inquérito atual, que já temos corpo e vítima.Depois vamos focar em outras vítimas. Vamos consultar registros, certamente familiares de desaparecidos vão nos procurar.
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