A um ano das eleições, as novas filiações e trocas de partidos políticos mudam a balança do poder em Joinville. Partidos tradicionais no Legislativo municipal, como PSDB e PT, têm se movimentado bastante nos últimos dias. A principal consequência é a alteração do cenário eleitoral na corrida por uma vaga na Câmara e na Prefeitura em 2016.

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Com a recente filiação dos vereadores Odir Nunes e Maycon Cesar ao PSDB, o partido, que antes era o segundo em número de representantes eleitos na Câmara, com três parlamentares, agora tem a maioria das cadeiras, superando o PMDB, que conta com quatro representantes.

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Enquanto o PSDB se fortalece, a bancada do PT perde espaço com a saída do vereador Adilson Mariano para o PSOL, passando a contar com dois representantes. Na avaliação do presidente da Câmara, Rodrigo Fachini (PMDB), quanto maior é a representatividade do partido, maior é o poder de decisão da sigla.

– O ideal é que o partido aliado do Executivo também tenha a maioria no Legislativo, como foi até agora com o PMDB (partido do prefeito Udo Döhler). Quanto mais siglas crescem, principalmente as de oposição, mais difícil é para o prefeito governar – diz.

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Partido com o maior número de filiados em Joinville – 8.977, segundo dados do TSE em agosto -, o PSDB estuda o ingresso do vereador Levi Rioschi, atualmente no PPS, em seus quadros. Caso a filiação se concretize, o PSDB teria seis parlamentares e se consolidaria na condição de principal partido de Joinville.

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Líderes do PSDB na região, o deputado federal Marco Tebaldi e o senador Paulo Bauer estariam apoiando o aumento da representatividade da sigla na Câmara de Joinville. Contudo, para alguns parlamentares, a iniciativa tem provocado desavenças, o que pode fortalecer o PMDB.

Houve descontentamento pela filiação de Maycon Cesar no partido, por exemplo, tanto que os vereadores Maurício Peixer e Fábio Dalonso cogitam a saída do ninho tucano.

– Eu (Peixer) e o Maycon não temos a mesma prática política. Não me agrada o fato de nenhum de nós três (Peixer, Bisoni e Dalonso) termos sido consultados pelo partido, seja pelo diretório ou pela executiva. A mudança não está descartada – diz Peixer, que pode parar no PSD ou PSB.

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O mesmo discurso é adotado por Fabio Dalonso, que teria como possibilidade migrar para o PMDB, reequilibrando a balança do Legislativo. Outros dois parlamentares que podem mudar de sigla são Lioilson Corrêa (PT) e Sidney Sabel (PP).

Eles estariam na mira do PMDB, mas, por enquanto, nenhuma confirmação foi anunciada. Ainda mais depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que prorroga por seis meses o prazo-limite para a mudança de sigla. O jeito é esperar.

Candidatos surgem como aposta

Grande parte das mudanças que aconteceram nas últimas semanas leva em conta uma possível reconfiguração a “fórceps” causada pelas eleições de 2016. Isso porque, com 386.917 eleitores, Joinville tem quase 10% do eleitorado (40.195, segundo levantamento de agosto do Tribunal Superior Eleitoral – TSE) filiado a algum partido político. E a lista de possíveis candidatos no próximo pleito vem crescendo nos últimos meses.

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Com duas vereadoras na Câmara, o PSD pretende lançar, além de uma candidatura própria à Prefeitura, a delegada Marilisa Boehm na corrida por uma cadeira no Legislativo.

Ex-delegada regional e com forte atuação na Delegacia da Mulher e da Criança, Marilisa é vista no partido como uma candidata que pode fazer um grande número de votos – entre 4 mil e 5 mil -, o que poderia deixá-la à frente das atuais vereadoras Zilnety Nunes e Pastora Léia.

Já o PDT, do vereador James Schroeder, estuda o lançamento de Lia Abreu, fiscal da Vigilância Sanitária que ficou conhecida por sua atuação na interdição de escolas em condições precárias em Joinville. No caso de reeleição de Udo Döhler, Lia poderia integrar um importante bloco de oposição na Câmara.

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Outra novidade é o ingresso do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville (Sinsej), Ulrich Beathalter, no PSOL. Por causa da postura de esquerda, Ulrich é um histórico aliado do vereador Adilson Mariano nos direitos trabalhistas.

O fato de os dois estarem no mesmo partido dá forças a Mariano. A incógnita é se Ulrich se lançará candidato para vereador ao lado de Adilson Mariano ou a prefeito no lugar de Leonel Camasão (PSOL), candidato do partida nas eleições passadas.