A 500 dias das eleições municipais de 2016, os partidos políticos de Joinville começam a desenhar o cenário eleitoral para a disputa pela Prefeitura da cidade. Muitos deles ainda calculam o impacto que a morte de Luiz Henrique da Silveira causa nas articulações das bases governistas, independentemente da filiação do ex-senador.
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Articulador nato, LHS sempre foi apontado como o equilíbrio político quando a pauta era a disputa municipal. Herdeiro do legado do senador, o PMDB já começa a dar os primeiros passos rumo à 2016. Por consenso, o candidato natural continua sendo o do atual prefeito Udo Döhler, que conta com largo apoio da base regional e estadual.
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No PSDB, a candidatura está praticamente definida, embora ainda existam divergências quanto ao nome que deve concorrer pela sigla. Ivandro Souza, presidente regional do PSDB, adiantou que a proposta do partido é apresentar um novo modelo de governo na próxima corrida eleitoral, evidentemente levando em consideração a perda do braço peemedebista representado por LHS.
– Com a morte do senador, se encerrou também um capítulo fundamental da história da política regional. Vamos agora trabalhar em um novo modelo de governo e, quando este modelo estiver consolidado, lançaremos o nome oficial do partido – afirmou.
O PT, que desde os anos 1990 concorre a todos os pleitos municipais, também já garantiu que lançará candidatura própria para 2016, mas que o partido ainda não definiu qual nome estará na linha de frente para a corrida. No PSD, o deputado estadual Darci de Matos deu a certeza de que disputará a Prefeitura da cidade, mas que as alianças e a articulação ainda estão em fase de rearranjo por conta da perda de LHS.
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– Minha vontade de ser prefeito de Joinville é grande, e isso já está alinhado com outros representantes do PSD. O deputado Kennedy Nunes me garantiu apoio, então sim, concorrerei em 2016 – declarou.
No PPS, a disputa pelo pleito municipal ainda é uma dúvida. O presidente regional do partido, vereador Levi Rioshi, garante que existe a intenção de lançar uma candidatura própria, e que o grande nome estudado pelo partido é o de José Aluísio Vieira, o Dr. Xuxo.
– O Xuxo é do PSD, mas existe um diálogo com ele. É um convite do nosso partido. A fusão com o PSB, contudo, pode mudar os planos. Vamos estudar – observou.
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O PSOL ainda não discutiu 2016 formalmente, mas a disposição é de que lance sim candidatura própria, como fez em 2012. Neste caso, o nome mais provável é o de Leonel Camasão. No PP, o pleito municipal deve contar com candidatura própria, mas ainda não há definição quanto ao nome.
PMDB aposta em Udo
O presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Rodrigo Fachini, avalia que Udo Döhler deve ser o grande nome do PMDB para o processo eleitoral de 2016, mas alerta que o caminho a ser percorrido vai exigir astúcia e bastante articulação com as bases.
– O Udo já mostrou que é um prefeito dedicado e que sua preocupação com a administração pública é um ponto forte. As lideranças do partido também não divergem da sua candidatura no ano que vem, mas é fato que a lacuna deixada por Luiz Henrique vai dar trabalho na próxima corrida eleitoral – afirmou.
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Mauro Mariani, deputado estadual e outro grande nome do PMDB na região Norte do Estado, reconhece que a lacuna deixada pela morte de LHS abriu um caminho trabalhoso para o prefeito Udo Döhler, mas sinaliza que o partido aposta nele para o pleito de 2016.
– Se ele não quiser concorrer, a situação muda. Mas enquanto Udo Döhler for o nome à frente de Joinville, a força do PMDB estará com ele – destacou.
Cleonir Branco, presidente municipal do PMDB, lembra que, por mais prestígio que qualquer integrante do partido tenha em sua história recente, LHS foi a única pessoa que presidiu o partido em suas três esferas.
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– Isso deu ao Luiz Henrique e, principalmente, ao partido, o conhecimento e as ferramentas para virar aquele cenário eleitoral de 2012 em nosso favor. Agora, levar adiante o que ele ensinou, o conhecimento que ele descentralizou, é uma missão não só do Udo, mas de todo o PMDB – avalia.
Legado de LHS desafia político
No pleito municipal de 2012, Luiz Henrique da Silveira desceu a rampa de sua casa, no bairro Boa Vista, acompanhado do então prefeito eleito de Joinville, Udo Döhler.
Num gesto simbólico – quase poético – tomou o braço direito de Udo em suas mãos e ergueu aos céus, sinalizando a vitória do peemedebista numa eleição que só se decidiu nos últimos momentos, e na qual a mão política de LHS pesou bastante.
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Passados quase três anos, Udo lida com dois fatos novos num futuro processo eleitoral: a perda da bússola – e do amigo – Luiz Henrique, que esteve ao seu lado na corrida eleitoral de 2012; e o fardo de se tornar o grande nome do PMDB para as eleições de 2016.
Na ausência de seu principal padrinho político e cabo eleitoral, o desafio de Udo agora é o de se debruçar sobre as peças espalhadas do quebra-cabeças político da região Norte do Estado e, acima disso, decidir o que fazer com o legado involuntariamente herdado com a morte do senador Luiz Henrique.
E uma das primeiras peças a serem estudadas é o futuro do PMDB em Joinville. O partido passará por um momento de revisão interna, tal como outros partidos também estão fazendo. Outro fardo que cai nas mãos do prefeito com a morte de LHS é o de encarar uma oposição menos temerosa. Isso porque o senador era também conhecido pela boa memória quando se tratava de opositores políticos, articulando de modo a não dar espaço para que a oposição prejudicasse a engrenagem política do partido.
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Concorrendo ou não em 2016, Udo sabe que terá um caminho espinhoso pela frente. Precisará saber equilibrar a força da base aliada – onde alguns nomes já sinalizam apoio em caso de candidatura – tanto quanto articular com a oposição regional.


