O deputado Renato Simões (PT-SP), membro da comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, disse que será solicitado na reunião da tarde desta quarta-feira que a comissão interpele o Ministério da Justiça sobre a ação da Polícia Federal que gerou confrontos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Disse também que devem ser cobradas uma investigação dos seus procedimentos e que sejam escutados os depoimento daqueles que eventualmente tenham sofrido abusos na atuação policial realizada no campus da UFSC na última terça-feira.

– Hoje já há uma outra legislação que retira o uso de drogas do hall dos crimes. A Polícia Federal tem que concentrar no traficante e não no usuário, que é um problema de saúde pública, que a própria universidade deve ser capaz de enfrentar – disse o deputado.

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O parlamentar disse que conversou com a deputada estadual Luciane Carminatti (PT) já na noite do dia em que ocorreram os confrontos e que o assunto ainda deve repercutir na Capital do país.

– A uma primeira vista, de fato a Polícia Federal extrapolou das suas atribuições e usou uma energia e uma violência acima do necessário – emendou.

O superintendente da Polícia Federal, Paulo César Barcelos Júnior, defendendo a operação, disse ontem que era uma operação policial antidrogas e que a PM e o Choque foram chamados para dar suporte aos agentes que ficaram ilhados dentro da UFSC após prisões em flagrante feitas dentro do campus.

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No final do dia, o balanço da operação da PF apreendeu uma quantidade de maconha suficiente para cinco baseados, de acordo com a polícia. Cinco pessoas, quatro estudantes universitários e um do ensino médio, que supostamente iriam consumir a droga no local, foram levados para prestar depoimento e vão responder a Termo Circunstanciado por posse de droga.

Após deixarem o local nas viaturas da Polícia Militar com os estudantes, os policiais federais deixaram na universidade uma viatura descaracterizada que foi depredada por pessoas que permaneciam no campus, assim como uma carro da equipe de segurança da UFSC.

Os estudantes também ocuparam a reitoria em protesto contra a presença da polícia dentro da universidade e ainda permaneciam no local, na tarde desta quarta-feira, esperando resposta às suas reinvindicações.

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:: Ainda em Brasília

A ministra das Relações Institucionais entrou em contato com o Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, por volta das 16h de terça-feira. Teria pedido para que o ministro interviesse de uma forma a evitar confrontos entre a polícia e os estudantes da universidade. Mas a conflito acabou ocorrendo de qualquer forma.

Na manhã desta quinta-feira, a assessoria do Ministério da Justiça não confirmou o contato. A reportagem conversou então com a assessoria direta do ministro para saber quais encaminhamentos devem ser dados ao contato feito por Ideli. Mas ainda não recebeu nenhuma resposta.