Romualdo da Silva
Diretor da Humanus

Em meio ao possível cenário adverso que deve se desenhar com a crise econômica, é natural pensar em caminhos triviais para se enfrentar momentos como esses, de demissão de pessoal, corte de custos e tantas outras medidas que inclusive já estamos vivenciando no mercado.
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Existem também ótimas ferramentas de gestão que estão sendo estudadas ou implementadas por inúmeros empresários, partindo para uma outra ótica de solução.
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Um assunto que temos ouvido falar bastante ao longo dos últimos anos é a governança corporativa, hoje implementada por corporações para garantir boas práticas de gestão.
Entre os fatores que podem ser mais bem avaliados ao implementar uma iniciativa de governança corporativa, além da transparência, equidade, prestação de contas, conformidade e responsabilidade corporativa, também destaco algo um pouco mais intangível, que é a geração de valor.
É muito comum durante o processo de compra que as empresas estudem cada vez com maior cautela quem serão seus futuros fornecedores e avaliem itens que vão além do preço ou qualidade de serviço, como princípios de transparência, respeito às regras socioambientais nos processos produtivos e pontos que protegem os stakeholders, por meio de uma gestão transparente e ancorada em boas práticas. Tudo isso passa também a ser fator de decisão de compra.
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Na maioria dos casos em que estamos participando de um processo de seleção, vejo que os prospects (possíveis clientes) já têm muitas informações sobre nossa empresa. Conhecem nossos produtos, cases, reputação, principais gestores, qual importância temos para a comunidade em que estamos inseridos, se estamos realmente gerando valor para o mercado.
É preciso transmitir confiança ao mercado, demonstrar claramente que o seu negócio está firme, em terreno fértil e não ancorado na areia, gerido com regras claras e consistentes.
* * *
André Camargo
Advogado, consultor, professor da Sustentare Escola de Negócios e coordenador-geral do Insper (SP)

Muito se fala de governança corporativa. E duas questões são sempre deixadas no ar: práticas de governança corporativa (GC) são salutares a qualquer organização? E em que medida e como implementá-las?
Para responder, vale lembrar os quatro princípios fundamentais das “boas práticas” de GC: tratar igualmente os stakeholders; ter postura e práticas que tragam transparência nas relações com stakeholders; prestar contas interna e externamente aos stakeholders; e ter estruturas de responsabilidade internas definidas e claras.
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Esses princípios precisam orientar toda e qualquer prática que uma organização adotará. Eles trazem benefícios fundamentais para organizações que buscam a perenidade.
Toda e qualquer organização precisa de boas práticas de GC. Manter um ambiente interno confiável, previsível e monitorável é fundamental para que as decisões internas, muitas vezes repercutindo externamente, sejam legítimas e criadoras de valor constante à organização.
Quem não participa do processo decisório precisa ter essa previsibilidade sobre quem vai administrar tais recursos. A governança corporativa traz este tão necessário alinhamento de expectativas.
Sempre que se realiza um diagnóstico para aprimorar as práticas de GC, há um conflito salutar entre o ideal e o factível. O dilema mostra quanto uma organização pode e deve evoluir, cada qual em seu ritmo. Governança corporativa não é um fim em si mesmo, mas um caminho que é traçado estrategicamente considerando onde a organização se vê no futuro.
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É importante entender a GC como uma solução em constante evolução e sempre considerando a organização em questão. É aquela história: todos temos defeitos e precisamos evoluir, mas só nós sabemos como e quando dar o primeiro passo. Importante é ter coragem, pois evoluir é a melhor receita em todos os sentidos.
