Por volta de 6h do dia 15 de janeiro, uma quinta-feira, Jonathan Goulard, 28 anos, foi assassinado na Rua Gervásio João de Sena com 10 tiros de arma de fogo: três no peito, três na perna direita e quatro nas costas. Testemunhas relataram aos policiais que a vítima foi surpreendida por três homens encapuzados que vestiam roupas pretas. A vítima morreu no local do crime. A mãe de Goulard tem medo de se identificar, mas diz que o filho tinha saído havia dois meses da penitenciária de São Pedro de Alcântara, onde cumpriu pena por seis anos.

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– Ele chegou a ser preso três vezes. Agora estava trabalhando e disse que ia mudar, dar orgulho para a família – lembra.

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A mãe não confirma o envolvimento do filho com o tráfico de drogas. Segundo ela, o homicídio ocorreu por um desentendimento entre ele e um grupo de rapazes que vendia entorpecentes perto da casa onde morava, na Gervásio João de Sena. Histórias como esta preocupam os moradores, como Teresa Cristina dos Santos, há 47 anos na Velha Grande:

– É preocupante. Antes aqui era bom para morar. Agora, por medo, não saio mais nos fins de semana. Só Deus devia tirar a vida das pessoas.

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Marlei de Oliveira, secretária da Associação de Moradores da Franz Mueller, rua onde ocorreu metade dos homicídios registrados na Velha Grande neste ano, complementa:

– A gente está praticamente sem segurança.

Ela afirma que os moradores têm medo de denunciar, justamente pela ligação dos crimes com o tráfico de drogas.

Apesar dos homicídios registrados neste ano, o presidente da Associação de Moradores da Rua Bruno Ruediger e Transversais, Rogério Eskelsen, tem a impressão de que a situação está mais tranquila hoje. Na Velha Grande há 13 anos, ele lembra que no início era comum ouvir barulho de tiros vindo do Morro Dona Edith:

– Acho que a criminalidade diminuiu. Quase não vejo comentários sobre assaltos e furtos, comparando com outros bairros.

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