Natalino Strapazzon

Diretor administrativo do Conservatório Belas Artes de Joinville

Não é preciso ser economista para entender que a crise financeira está abalando todo o País, embora a região Norte de Santa Catarina consiga se destacar positivamente nessa conjuntura, resistindo bravamente. Mas em uma cidade industrial como Joinville que ainda não criou, em sua população, o saudável hábito de valorizar e consumir arte e cultura, esses tempos difíceis tendem a ser ainda piores para o setor. Apesar de todas as históricas tentativas de ampliação cultural, ainda é um número muito pequeno da população que se interessa por arte e cultura.

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No entanto, acredito firmemente que os chamados tempos de crise são espaços de pleno aprendizado e preparação para o crescimento. Onde estão as dificuldades, estão as maiores oportunidades. Na crise, podemos lapidar tudo o que não há de bom na empresa, para que ela decole quando houver estabilidade.

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No meio cultural, é verdade, não vemos muita lucratividade. Conseguimos ter uma empresa próspera no ramo porque trabalhamos para isso ao eleger o profissionalismo – em todas as áreas – e lidar com dados concretos. A plenitude da arte se realiza em cada aula, em cada apresentação, workshop ou exposição.

Mas no gerenciamento da escola, há que se ter, como pano de fundo desse mundo visionário, muito pé no chão, trabalho e dedicação. Sobretudo, referências éticas e técnicas – e fidelidade aos nossos propósitos.

Quando pensamos em começar a escola, existia uma lacuna muito grande no mercado joinvilense. Acreditamos que a arte é muito mais profunda do que o senso comum tem pregado por aí. É importante que as pessoas se conscientizem sobre o que realmente é bom. Não é uma questão de status, mas de qualidade na formação.

Na construção do prédio, pensamos na acústica, em paredes especiais, nas salas de aulas confortáveis, climatizadas, nos melhores equipamentos, nos corredores decorados, na escada de teclas, no estacionamento amplo, no auditório próprio, nos estúdios de gravação.

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Temos uma campanha, Parte d?Arte, que faz os alunos entenderem que a arte está dentro deles, e que eles fazem parte do que o Conservatório se tornou. Prezamos pelos princípios, pela formação de caráter, pelo bom relacionamento entre funcionários, professores e alunos. Buscamos um contato direto com os pais, para que tenham um acompanhamento junto aos coordenadores pedagógicos.

Sabemos que a escola impacta em termos estruturais, mas queremos ser diferentes, principalmente, por constituir um ambiente familiar e receptivo aos que frequentam e visitam a escola. Por isso, nos tornamos referência como escola de arte em todo o Brasil. Com ou sem crise.