A partir desta quarta-feira, o 17º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Joinville tem um novo comandante. O tenente-coronel Luís André Pena Viana de Oliveira preencherá o cargo antes ocupado pelo tenente-coronel Hélio Cesar Puttkammer, que assume cargo de chefe do Estado-maior da 5ª Regional da Polícia Militar. A unidade operacional atende toda a região Sul da cidade e alguns bairros da zona Oeste, além das cidades de Barra Velha e São João do Itaperiú.

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Viana iniciou na Polícia Militar em 1993, no curso de formação de oficiais. Nascido em Blumenau, chegou a Joinville em 1997 para trabalhar na área especializada de policiamento montado. Permaneceu na cavalaria por 16 anos, até ser promovido a major e exercer a função de chefe operacional do batalhão. Desde o início de 2016, atuava como subcomandante da unidade. Em entrevista ao jornal “A Notícia”, Viana falou sobre o novo comando.

Foco na prevenção da criminalidade

A Polícia Militar, desde a sua atribuição na Constituição Federal, é uma polícia ostensiva preventiva. Nossa missão é fazer a prevenção da criminalidade e segurança pública por meio de ações de cunho preventivo. Em certas situações, a PM age repressivamente quando acontece um crime, procurando fazer a detenção dos suspeitos. Ações preventivas que executamos e surtem bom resultado são: barreiras policiais, operações policiais preventivas — tanto na parte de fiscalização de trânsito quanto em bares, lanchonetes e congêneres. Este tipo de operação diminui os índices criminais.

Continuidade dos programas da Polícia Militar

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Também executamos ações em escolas, por meio tanto do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), como em ações como a Comunidade Segura. Neste programa, o batalhão une vários processos de policiamento para participar de atividades em escolas, mostrar para as crianças que a referência delas é o Estado, é o poder público. Esse trabalho tem trazido muito resultado, já realizamos em mais de dez escolas e não é uma ação que a gente faz a todo momento, mas é uma atividade do batalhão e vamos dar continuidade. Sei que as escolas também merecem um serviço até mais exclusivo, como rondas escolares. Então, nós, dispondo de viaturas, de equipamentos e de policiais para fazer isso, também é uma tendência. Neste ano, formamos mais dois proerdianos. Sabemos que a Polícia Militar tem que ser ostensiva, ela tem que aparecer. Não somente em uma viatura, mas nas escolas e em outros ambientes. Procuramos fazer o que está ao nosso alcance, de acordo com os materiais e policiais de que dispomos. Temos praticamente todos os programas da PM em atividade aqui no batalhão e nossa missão é dar continuidade. Para que a comunidade sinta o trabalho preventivo, porque é a nossa principal missão.

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Desafios

A gente lida muito com dois aspectos: crimes contra a vida e crimes contra o patrimônio. No primeiro aspecto, qual é o nosso desafio? Na parte de prevenção, é retirar da população aquilo que é o maior instrumento que tem causado este crime: a arma de fogo. A nossa atuação tem que ser preventiva por meio de abordagens, barreiras e operações para retirar o máximo possível de armas ilegais da população. Em relação a outros crimes correlatos, é identificar locais, bairros em que observamos esse tipo de crime, fazer um trabalho até trazendo outras instituições municipais e estaduais de orientação, de acompanhamento e fiscalização para diminuir e evitar (delitos). No crime contra patrimônio, atuar para prevenir furtos e roubos na nossa região com operações policiais, guarnições focadas na ronda e abordagens desse tipo de agente. Com atuação mais específica da equipe de operações, os crimes de roubo e furto têm diminuído na ordem de 30%, em relação ao mesmo período do ano passado. Também por meio de fiscalização, retirando um carro ou uma moto de circulação. Essa fiscalização deve continuar. Não perdendo também a linha da droga. A investigação dos crimes envolvendo drogas compete à Polícia Civil, mas a prevenção cabe a nós, por meio dos programas da Polícia Militar e em abordagens em locais e bairros específicos.

Prioridades

Todos os crimes são importantes. Quando se fala em bem jurídico, claro, o bem maior é a vida. Mas também temos que dar importância a outros crimes, como contra o patrimônio. Porque todo mundo que adquire algo, adquire por sacrifício, muitas vezes se empenhando por vários anos naquilo, quando o criminoso vai lá e toma o bem, com ou sem agressão. Aliado a isso, temos um tripé: crimes contra a vida, contra patrimônio e as drogas. São três crimes que são correlacionados. O consumo e tráfico das drogas trazem o assalto, o furto. Eles alimentam os crimes contra a vida. Então, o nosso trabalho é diminuir esse tipo de delito na nossa sociedade.

Estrutura de trabalho

No batalhão, temos aproximadamente 230 pessoas para toda a região (zona Sul, Barra Velha e São João do Itaperiú) compreendida pela unidade. Os policiais se dividem entre cavalaria, tático móvel e outros policiamentos que acabam sobrepujando aqui na área do batalhão. Estamos em uma formação no Estado de aproximadamente mil policiais para final do ano. Creio que o Estado também aporta uma parte desse número para a nossa unidade. Isso é importante, acho que o policial faz a diferença e não é o único ente que faz a segurança, mas é o principal. A estrutura de trabalho é a que a gente possui, que o Estado nos fornece, e procuramos fazer o melhor serviço com essa estrutura.

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Parceria com outros órgãos e entidades civis

Segurança é dever do Estado, mas de responsabilidade de todos nós, de toda a sociedade. Eu penso que a PM está sempre aberta e sempre fazendo esse trabalho em conjunto para melhorar a segurança pública. Além de outros órgãos de segurança, temos também as entidades civis, como o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) e também a rede de vizinhos. Eu penso que isso é nossa função: trabalhar integrados. E isso tem dado resultado, já tivemos prisões em que a informação da rede de vizinhos ajudou para efetivar. Em um bairro ou rua onde todos estão vigilantes, a tendência do criminoso é não atuar mais na região ou até ser preso com essas denúncias.