Devoto de São Jorge, antes de começar o show em Florianópolis no domingo (6), o músico Zeca Pagodinho entrou e permaneceu por quase um minuto na pequena sala montada em cima do palco onde estavam a imagem do seu santo e oferendas: água, vinho e cerveja. Depois das devidas bênçãos, deu as caras ao público e abriu a noite com Samba pras Moças, clássico de seu repertório que incendiou uma plateia cheia de energia para dançar.

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Acompanhado de uma banda impecável com metais, percussão e cordas comandado por uma velha guarda carioca muito competente e gente da nova geração, Zeca interpretou sucessos de sua carreira, como Verdade e Deixa a Vida me Levar. Cantou também canções de seu mais recente trabalho, Ser Humano, em uma hora e meia de show dançante. Foi a sua primeira apresentação no P12, em Jurerê, bairro no Norte da Ilha, e reuniu aproximadamente 4,5 mil pessoas de todas as idades.

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De pouca conversa no palco, ele interagiu com o público poucas vezes, e sempre para estimular o amor e o beijo entre casais. Sambava devagarinho, molhando o bico com água, cerveja e vinho servidos em taças ao lado de seu microfone. É um simpático rabugento, tem estatura baixa mas um carisma e magnetismo que dispensam conversinhas. Zeca não atendeu a imprensa antes do show e não comentou nada sobre a recente condenação pelo Tribunal de Justiça por suspeita de fraude na contratação de um show em Brasília em 2008.

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Neto de Zininho e fã de Zeca Pagodinho

Neto do poeta Zininho, o advogado Rafael Barbosa Bernardes da Silva, 33 anos, é fã de Zeca Pagodinho – inclusive elegeu a canção Uma Prova de Amor para entrar na igreja no dia do seu casamento, há três anos. Ele estava entre os fãs que se aglomeravam na porta do camarim na tentativa de um contato com o músico. Conseguiu entregar a ele uma das raras unidades do único CD de Cláudio Alvim Barbosa (1929 – 1998), gravado durante show no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC) em 1994 e produzido por Aldírio Simões. O álbum é uma compilação da obra do poeta Zininho.

Foto: Daniel Silva / Divulgação

– Desde que comecei a gostar de samba, aos 15 anos, gosto do Zeca. Meu avô tinha muitos discos de vinil, um acervo raro e quando ele morreu, minha mãe me deu um disco desse acervo. Era o álbum Boêmio Feliz, de 1989 – conta Rafael.

Num show que Zeca fez há cerca de 10 anos, na avenida Beira-mar Norte da Capital, Rafael tirou da mochila o disco e sensibilizou o produtor do sambista, que apesar de negar um encontro prometeu entregar para o músico autografar. O fã buscou o vinil na portaria do hotel em que Zeca estava hospedado.

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Repertório do Show

1 – Samba Pras Moças

2 – Saudade Louca

3 – Uma Prova de Amor

4 – Mangas e Panos

5 – Quando a Gira Girou

6 – Monalisa

7 – Cadê Meu Amor / Seu Balancê

8 – Não Sou Mais Disso

9 – Faixa Amarela

10 – Minta Seu Sonho / Então Leva

11 – Vai vadiar / Judia de Mim

12 – A Voz do Morro

13 – Verdade

14 – Ser Humano

15 – Ogum

16 – Minha Fé

17 – Maneiras

18 – Ratatúia / Vacilão

19 – Lenço / Coração em Desalinho

20 – Deixa a Vida me Levar

BIS:

21 – Vou Botar Teu Nome na Macumba

22 – Casal Sem Vergonha

23 – Brincadeira Tem Hora