Zeca Pagodinho desembarca em Florianópolis neste domingo para primeiro show no P12

Depois de cinco anos sem um disco de inéditas, Zeca Pagodinho lançou no primeiro semestre deste ano o novo álbum, Ser Humano. A nova turnê vem a Florianópolis neste domingo e também marca a estreia do cantor no P12, em Jurerê Internacional.

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Um dos artistas mais populares do Brasil, Zeca começou a se estabelecer como um versador de respeito no início dos anos 80. Antes disso, entre um samba e outro se virava como podia: foi feirante, camelô, office-boy, contínuo e anotador de jogo do bicho. Foi nessa época que surgiram amizades valorosas como Sérvula, Dorina, Paulão Sete Cordas, Monarco, Mauro Diniz, Almir Guineto, Bira Presidente, Beto Sem Braço e Arlindo Cruz. Também compôs para Fundo de Quintal, Alcione e Beth Carvalho, a madrinha que gravou Camarão que Dorme a Onda Leva, seu primeiro sucesso.

Em 1986, o sambista estreou em disco solo. Em Zeca Pagodinho, emplacou os hits Coração em Desalinho, Quando Eu Contar (IáIá), Judia de Mim e Brincadeira Tem Hora, atingindo a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Desde então, já lançou 23 álbuns. Os fãs dos clássicos do cantor podem ficar tranquilos: além das músicas novas, em Florianópolis ele apresenta também os antigos sucessos da carreira de 30 anos. Antes do show, o DJ Henrique Fernandes estará no comando do som.

Entre Vida da Minha Vida (2010) e a chegada de Ser Humano, Zeca fez um invejável estoque de sambas. O novo disco reúne 14 músicas, escritas tanto por veteranos como Monarco e Almir Guineto quanto por novatos como Juninho Thybau (sobrinho do cantor) – passando pela turma de compositores que vem revigorando o samba carioca, representada por Xande de Pilares, Serginho Meriti e Dudu Nobre, entre outros.

— Daria para fazer outro disco só com as músicas que ficaram de fora — resumiu o carioca de 56 anos.

O sambista está sempre cercado de gente. Um dos artistas mais populares do Brasil, Zeca costuma selecionar o repertório dos CDs nas festas que promove em seu sítio em Xerém, na Baixada Fluminense: na roda em volta da mesa do almoço, os convidados vão mostrando seus sambas para o anfitrião e seus parceiros. A oferta é tão rica que Zeca confessa ter preguiça de compor – no novo trabalho, há apenas uma música dele, Foi Embora, parceria com Arlindo Cruz e Sombrinha.

— Chegou uma garotada nova legal aí. O disco é misturado, como sempre — conta.

Além do sobrinho Thybau dividindo os vocais com o tio em Tempo de Menino, o CD conta com as participações especiais do humorista Pedro Bismark, encarnando seu personagem Nerso da Capitinga no samba de malandro Mané, Rala Peito, e de um convidado inusitado: Pepeu Gomes tocando guitarra em A Monalisa.

— Que legal, né? Ele arrasou! Os músicos têm de ficar unidos, não tem essa coisa de MPB ou samba. É tudo música.

E tem o Marcos Valle — lembrou Zeca, citando o veterano bossa-novista, que toca piano em Nas Asas da Paixão, parceria dele com Luiz Carlos da Vila.

A faixa que dá nome ao álbum é uma homenagem dos compositores Claudemir, Marquinho Índio e Mário Cleide ao próprio Zeca: ¿Tá sempre junto e misturado com seu povo / Fecha com quem está sem lenço e documento / Na correria você sempre encontra tempo / De demonstrar o que é ser gente de verdade¿, diz a letra de Ser Humano.

— No princípio, eu nem quis gravar. Pensei: ¿Como é que eu vou cantar uma música feita para mim?¿. Mas depois me dei conta de que tem muita gente igual a mim também,que tem a mesma atitude que eu tenho — explica ele.

Agende-se

O quê: Show de Zeca Pagodinho

Quando: domingo (06), às 19h. A casa abre das 16h às 22h

Onde: P12 (José Cardoso de Oliveira, Jurerê Internacional, Florianópolis)

Quanto: R$ 70 (pista) , à venda via EccoPass, na loja Eccopass (Praça de Alimentação Beiramar Shopping), no escritório Central do Grupo Novo Brasil, no P12, e Posto Brava (Balneário Camboriú)

Informações: (48) 3284-8156 ou pelo email camarotesp12@parador12.com.br

*Participou Roger Lerina