Nicole Pinheiro, 20 anos, se tornou mais um número em uma estatística que vem assustando alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A aluna da 4ª fase de Direito foi assaltada às 20h da última quarta-feira quando ia pegar um chá durante o intervalo. Um homem a puxou pelo cabelo, a empurrou para um dos cantos escuros do “minhocão” e roubou sua carteira e celular.
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Sua experiência foi relatada em uma página feita por alunos da própria universidade para contar casos parecidos. A dela, no entanto, foge a regra e já teve mais de 5 mil curtidas e 400 compartilhamentos. Ao DC, a estudante comenta sobre o policiamento na UFSC, descaso da reitoria e a repercussão do caso.
Assalto à estudante no campus reacende debate nas redes
Você acha que com a repercussão do seu caso nas redes sociais, assim como o de vários outros, alguma ação seja tomada para mudar a situação na UFSC?
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Nicole: Acho que no momento pode gerar efeito nos alunos. De eles ficarem preocupados e prestarem mais atenção onde andam, que horas. Mas efetivamente, acho que não. Vai precisar de muito mais pressão para que algo realmente seja feito. Não é só o meu, são vários casos diariamente. E todos merecem atenção. A diferença do meu é que o texto foi maior e mais chamativo. É uma pena que tenha que ser assim para que repercuta.
Você é a favor do policiamento no campus? Acredita que isso poderia reduzir o número de ocorrências dentro da Universidade?
Nicole: Sempre fui a favor do policiamento no campus, e agora muito mais. Com certeza ajudaria, nem que seja pela pressão que a presença da PM faria. Os alunos da UFSC não são contra o policiamento, alguns são. Poucos. Mas não é só isso, falta iluminação, guardas de patrimônio.
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Alguém da Reitoria chegou a entrar em contato com você?
Nicole: Não. Eles sabem da quantidade de casos de roubos, furtos que acontecem. No início do ano, dois amigos meus do curso foram sequestrados dentro da Universidade. Mas já chegou em mim que ninguém que foi relatar lá teve algum tipo de apoio. É um descaso. Antes eram em alguns pontos, hoje isso se alastrou pela UFSC inteira.
Sua sensação de segurança dentro da UFSC mudou? Sua rotina vai sofrer alguma mudança depois desse roubo?
Nicole: Sim, infelizmente a nossa rotina tem que mudar por uma coisa injusta. Fico com medo de atravessar a rua porque acho que tem gente atrás de mim. Se não atendo minha mãe em 30 segundos, ela fica nervosa achando que algo aconteceu comigo. Estou tentando encontrar coragem para pegar optativas à noite. É uma pena, porque eu gosto de estudar à noite. Vou ver com amigas, para que possamos ir juntas.
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Você vai voltar a UFSC essa semana?
Nicole: Estou em semana de provas, não posso ficar em casa nem que eu quisesse. Mas não acho justo ele tomar conta da minha vida. Se não, vai parecer que ele venceu. Não dá para deixar de fazer as coisas, só vou fazê-las mais atenta.