Diego Rodrigues Vieira Veras, 29 anos, preso e acusado de aplicar um golpe imobiliário em mais de 100 pessoas nos Ingleses em 2016, já tem data para ser ouvido pela Justiça: será no dia 12 de março. Nesta semana, começaram as audiências das vítimas no Fórum de Florianópolis. Somado, o prejuízo dos envolvidos chega a R$ 13 milhões, calcula a defesa.
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Preso em julho do ano passado num condomínio de luxo em Cotia, na Grande São Paulo, Diego foi transferido para o sistema penitenciário catarinense no dia 28 de janeiro. Em SP, de onde é natural, foi acusado por associação para o tráfico de drogas e formação de organização criminosa, fora o caso de estelionato no norte da Ilha.
O processo do 171 está na 3ª Vara Criminal de Florianópolis, onde as audiências seguirão entre os meses de fevereiro e março. Já na área cível, dezenas de vítimas cobram indenização. A advogada Paula Farias defende 14 compradores de imóveis vendidos pelo acusado. Cada um perdeu, em média, R$ 130 mil. Ela tenta o bloqueio de bens, como carros de luxo e imóveis do acusado. A advogada acredita que a transferência de Diego para Santa Catarina vai acelerar o processo.
— A situação não é fácil. Muitos estão descrentes, são pessoas que gastaram tudo que arrecadaram ao longo de uma vida inteira. Então a gente, como advogado, tenta mostrar esperança de Justiça para que eles continuem o processo e sejam indenizados.
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Conforme a denúncia do Ministério Público, Diego iniciou em 2015 a construção de três condomínios nos Ingleses: Maritina, Zarah I e Zarah II. Depois, junto com a esposa, Kesly Celestino de Moura Veras, e um terceiro envolvido, passou a alienar simultaneamente os apartamentos dos três prédios. Com intenção clara de lucro ilegal, sustenta o MP, em várias oportunidades os três venderam o mesmo apartamento para diferentes compradores. Há casos de uma única unidade ter sido comprada por oito pessoas.
“Ou seja, os denunciados venderam apartamentos que não lhes pertenciam como se donos fossem, e, em consequência, atingiram vultoso ganho ilícito” concluiu o promotor de Justiça Fernando Linhares da Silva Junior, da 3ª Promotoria da Capital.
Por conta do atraso da obra, os compradores se reuniram em frente a um dos empreendimentos e descobriram a fraude.
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— Ele foi fazendo essas vendas, pegou automóveis e dinheiro em espécie como pagamento adiantado e depois sumiu — lamenta a advogada Paula Farias.
A reportagem conversou com o advogado de Diego, Charles Jacob Pegoraro Kerber. Ele informou que, em contato com a defesa dos demais acusados, os seus clientes decidiram que só se pronunciarão na Justiça.