No primeiro dia de trabalho o técnico Vinícius Eutrópio, 48 anos, demonstrou estar muito à vontade na Chapecoense. Conversou calmamente na entrevista coletiva concedida no final da tarde, mas disse estar “à todo vapor” nos contatos por telefone, skype, internet e outros meios para buscar jogadores. Disse que sabe só que vai passar o Natal com a família mas que, se for necessário, vai ficar o resto do tempo na montagem do time.
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Eutrópio confirmou que entre 60 e 70% do grupo da Chapecoense deverá ser renovado, mas que já passou por isso no Figueirense após o acesso para a Série A, em 2013, e mesmo assim remontou o grupo que foi campeão catarinense em 2014, sendo escolhido o melhor técnico do campeonato.
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Ele anunciou que seu auxiliar será Marcos Benato, com quem trabalhou no Ituano, mas que vai também valorizar Celso Rodrigues, que tirou a Chapecoense do rebaixamento mas voltou a ser auxiliar. Ele afirmou que pretende dar atenção às categorias de base no clube, aproveitando a sua experiência como coordenador da base do Atlético-PR.
O treinador teceu elogios à diretoria da Chapecoense, que classificou como “honesta, séria e trabalhadora”. Lembrou que foi convidado para treinar a Chapecoense no Brasileirão, após a demissão de Gilmar Dal Pozzo, mas que já tinha encaminhado acerto com o Al Ittihad Kalba, dos Emirados Árabes. Ligou às 4 horas da manhã no horário local para avisar a Chapecoense, mas disse que futuramente poderia treinar o clube.
O futuro chegou. Confira alguns trechos da entrevista coletiva.
O que o levou a aceitar o convite para treinar a Chapecoense?
Eutrópio: Quando recebi o convite foi rápido o acerto porque havia o interesse dos dois lados. Aceitei sem demora, sem pensar. Quero fazer parte dessa engrenagem da Chapecoense. De ser uma peça, e tenho certeza que vou contribuir com minha experiência, com o meu trabalho. E fazer parte de uma região que por mais próspera que seja, só vai ter seu valor maior quando o resultado esportivo for grande. A Chapecoense divulga a região para todo o Brasil. Quero fazer parte dessa onda positiva. Tenho certeza absoluta que vai dar certo.
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Como está a montagem do grupo?
Eutrópio: Tenho uma fórmula de trabalho que se assemelha à Chapecoense. Ninguém sabe ou decide nada sozinho. Hoje temos a questão positiva que é a velocidade das informações. Estamos decidindo número de jogadores para o plantel. Eu já tinha algo mapeado, e a direção também. Eles aqui sabem a característica do clube. Tudo isso está sendo mapeado. Já começamos e só vamos parar quando estiver tudo praticamente certo. Temos que ter eficácia e eficiência maior que a de os outros clubes.
Você pretende manter essa identidade de marcação forte da Chapecoense e adaptar ao seu estilo?
Eutrópio – Hoje a gente vê os times todos tem marcação forte com muita competividade. Seja atacante, zagueiro, tem que exercer mais uma ou duas funções. Tem que atacar e defender. O atacante tem que voltar e fechar. Mas quando atacar, o defensor também tem que ter qualidade. No contra-ataque a equipe tem que sair com velocidade. Nos momentos mais difíceis eu dizia para os meus atletas que a bola não entra sozinha. Tem que ter qualidade, dinâmica, movimentação e personalidade. Tem que gostar de jogar, manter a posse de bola.
Qual o seu estilo no relacionamento com os jogadores?
Eutrópio – Vocês estão vendo o Vinícius falando com calma, tranquilo. Mas o Vinícius que é ex-capitão é diferente a questão competitiva. Procuro ser exemplo e dialogar com os atletas. O comando por imposição dura duas partidas, duas vitórias. O comando conquistado tem eternidade. Nunca tive problemas com grupo nenhum Tenho papo franco, linha direta. Para ser respeitado, eu tenho que respeitar. Sei trabalhar muito com motivação.
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Qual seu principal objetivo na Chapecoense?
Eutrópio – Primeiro é classificar entre os seis no estadual para depois brigar por algo maior. Mas o grande objetivo na Chapecoense é permanecer na Série A, consolidar a cidade como sendo uma cidade que tem um time na Série A.