Nem parece que há poucos dias Hudson Coutinho vivia sob pressão. Por uma semana, entre a derrota preocupante para o São Paulo e a vitória redentora de domingo sobre o Fluminense – que manteve o Figueirense na Série A -, o técnico de 43 anos se entocou e viveu uma rotina restrita entre casa e trabalho. Evitou ao máximo absorver “coisas negativas”. Manezinho assumido e apaixonado por Florianópolis, ele agora pode deixar a toca e aproveitar à vontade o lugar que tanto admira. Nesta quarta-feira, aproveitou um momento ao ar livre. De frente para a Avenida Beira-Mar Norte, na Praça Celso Ramos, conheceu o pessoal da banda Dazaranha, de quem é fã, e falou sobre o futuro no clube.

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Confira, em vídeo, o encontro de Hudson Coutinho e o Daza:

A relação de orgulho do florianopolitano Hudson com a terra em que nasceu e vive foi escancarada por ele após o jogo de domingo, no Orlando Scarpelli. O técnico fez questão de garantir que “santo de casa faz milagre”, pois foi com ele que o Furacão se garantiu na Série A, e se declarou a Floripa e à sua banda favorita.

– As coisas estavam vinculadas. A sensação de alívio e de tentar relaxar após tirar toda aquela pressão. Pensei em estar em casa escutando um som. E senti tranquilidade naquele momento. Pensei nisso, em valorizar a cidade, o pessoal da terra, os músicos – conta.

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– Quero agradecer pela sacada de associar nosso futebol com a música, valorizar nosso trabalho. E preciso dizer que a torcida alvinegra está apaixonada. Essa história de santo de casa fazer milagre foi muito legal – retruca Moriel Adriano da Costa, compositor, guitarrista e único alvinegro do Daza.

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No encontro com a banda, Hudson ainda foi recebido pelos avaianos Chico Martins (guitarrista e contrabaixista) e Gerry Adriano da Costa (percussionista), que toparam um momento descontraído com o profissional do time rival – mas não inimigo. Em dia de tietagens, o técnico cantou suas músicas preferidas junto com a turma.

– Gosto do tema da música Vagabundo Confesso, mas é evidente que não tem nada a ver comigo. Eu sou um cara de muito trabalho. Há pessoas que podem achar que caí de paraquedas, mas não. Tenho 20 anos de futebol. Não comecei agora – avisa o técnico.

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Para o ano que vem, ele tem uma certeza: fica no Figueirense. Depois de atuar no clube por uma década como preparador físico, rodar por outros clubes e voltar como auxiliar técnico em 2013, Hudson Coutinho gostou da experiência desde que foi efetivado no atual cargo, em setembro.

Agora, espera sentar com o presidente Wilfredo Brillinger nos próximos dias para transformar o desejo em realidade. Falta oficializar a manutenção no cargo. O manezinho quer ficar.

– Se o presidente me deixar uns 15 anos ali, estou contente – brinca.

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A carreira de Hudson

Como preparador físico: Guarani de Palhoça (2000 e 2011), Figueirense (2000-2009, nas categorias de base), Náutico (2009), Chapecoense (2010), Marcílio Dias (2011) e Hercílio Luz (2011).

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Como técnico: Guarani de Palhoça (2012) e Figueirense (desde setembro; até então era auxiliar técnico, desde 2013)

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Com a palavra, o manezinho Hudson

Admiração pelo Daza:

“No pós-jogo é difícil se sentir relaxado. E me veio no pensamento (após vencer o Fluminense) a relação de estar um pouco mais tranquilo em casa, escutando um som, e lembrei do Dazaranha, que escuto muito. Na praia, principalmente, fazendo um churrasquinho. Gosto da batida e das letras”

“Minha música preferida é o maior sucesso deles: Vagabundo Confesso. Na letra, referem-se a 1971, em relação ao nascimento de alguém. Mas o meu (nascimento) é 1972. Então, até nisso estamos muito próximos. Minha faixa etária é a mesma deles, com certeza”

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Amor por Floripa:

“Gosto de valorizar a cidade. Nós nascemos e vivemos onde o pessoal tira as férias. É um paraíso, além de ter um povo maravilhoso, acolhedor e hospitaleiro. Trabalhador, acima de tudo”

“Fui criado aqui nesta região (proximidades da Praça Celso Ramos). Corri muito na Beira-Mar aí, muito, muito, mesmo. Todas as manhãs eu participava de uma corrida. Moramos em um lugar muito bonito, é preciso dar valor a esta terra linda”

Planos para o Figueira:

“Temos que sentar ainda para fazer o planejamento. Esta situação de permanência na Série A, esta pressão até o final atrapalhou porque não poderíamos fazer planos antes. Depende da parte financeira. Disputar Série A é diferente de outra série”

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“É o momento de sentar e fazer ajustes necessários no elenco e fazer um 2016 melhor. Quem sabe, sem este sofrimento todo”