Em uma tarde do sábado, dia 22 de novembro de 2008, o então major Aldo Batista Neto, do Corpo de Bombeiros de Blumenau, foi acionado para atender uma ocorrência. Deixou a esposa em casa e só voltou quatro dias depois. Atual diretor de resposta a desastres naturais da Defesa Civil de SC e membro do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) da Força Nacional, participou do resgate a moradores do Morro do Baú, em Ilhota, Vale do Itajaí. Acreditando que não sobreviveria, escreveu um bilhete para a família no qual escreveu apenas: “Sejam felizes”.
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O depoimento abaixo foi gravado em 2010 para o governo do Estado, quando era secretário de Defesa Civil de Blumenau, e guarda a lembrança do fim de semana que considera um marco para a prevenção e ação de desastres no Brasil.
Promovido nesta sexta-feira a tenente-coronel, o diretor afirma que, nestes últimos cinco anos, o monitoramento de clima efetivado a partir da experiência na tragédia contribui hoje para evitar um desastre com proporções semelhantes. Na época, o ineditismo do evento – que além da enchente registrou deslizamentos, causando 135 mortes e destruindo casas – obrigou um planejamento completamente novo. Apesar das mudanças, o tenente-coronel acredita que as áreas de risco devem continuar sendo estudadas e as melhorias no monitoramento devem ser periódicas.
– Um desastre não acontece só pela magnitude do evento. A fragilidade da comunidade a vulnerabilidade do ambiente são agentes que contribuem. É preciso trabalhar sempre – conclui.
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