Sob investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o uso indevido de um servidor do gabinete em sua propriedade particular e denunciado por obstruir o processo e coparticipar em um falso testemunho, o vice-prefeito de Blumenau, Jovino Cardoso Neto (PSD), negou todas as acusações e afirmou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira de manhã em seu gabinete, que irá acionar a Polícia Civil por um suposto falso testemunho da proprietária de um café na Rua Ângelo Dias que o viu se encontrar com testemunhas da CPI antes do depoimento.
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::: CPI vai denunciar vice-prefeito por obstrução da investigação
::: Confira todos os detalhes da CPI do vice-prefeito
Sobre o alvo específico da CPI, o vice-prefeito reiterou o discurso que repete desde o início das investigações, de que se trata de um ataque político tendencioso e parcial, aberto sem nenhuma prova contra o político. O foco da sua fala nesta segunda foi a denúncia feita na última quinta-feira, de que ele teria se reunido em um café no dia nove deste mês para orientar o depoimento de quatro pessoas que seriam ouvidas pela CPI no mesmo dia. De acordo com o depoimento da proprietária do café na CPI, o vice-prefeito esteve por volta das 8h30min no local com seu advogado, o servidor Alexandre Pereira e familiares do funcionário alvo da investigação. Mais tarde, os membros da família de Pereira que prestaram depoimento na CPI falaram que não haviam se
encontrado com Jovino recentemente.
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O vice-prefeito se defendeu com imagens de sistemas de segurança espalhados pela cidade, além das próprias câmeras da prefeitura, que mostrariam Pereira fazendo o trajeto usual ao trabalho no dia nove, inclusive no horário em que supostamente estava no café. Por volta das 9h10min as imagens mostram o servidor subindo a escadaria da prefeitura, mas um documento assinado pela diretoria de patrimônio da secretaria de Administração do município, endereçado à Jovino, diz que a câmera em questão está 30 minutos adiantada em relação ao horário de Brasília.
O encontro no café foi confirmado pelo político, mas ele afirma que Alexandre Pereira não participou e que somente o irmão de Pereira foi ao local para assinar uma procuração. Na ocasião, segundo o vice-prefeito, os familiares do servidor teriam demonstrado o medo de depor na CPI, pois estariam sendo ameaçados. Em outro vídeo apresentado, Jovino mostra o que seria um assessor do vereador Jefferson Forest (PT) – relator da CPI – na casa do irmão de Pereira pedindo para que ele preste depoimento.
Em resposta à acusação e munido dos vídeos, Jovino Cardoso disse que irá até a Polícia Civil abrir um boletim de ocorrência contra a proprietária do café por falso testemunho. Além disso, ele irá avaliar com seus advogados a possibilidade de citar no BO o vereador Forest, por organizar o depoimento da última quinta-feira.
Quanto ao fato das testemunhas terem falado que não haviam se encontrado com o vice-prefeito recentemente, ele ressaltou que a pergunta feita pelos parlamentares foi direcionada, sobre um encontro para orientar o depoimento, algo que, segundo ele, não aconteceu, pelo encontro ter acontecido somente para assinatura de uma procuração.
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– Eu jamais faria, mas se fosse para fazer algo assim, não faria em lugar público. Não houve mentira nenhuma, estão tentando criar algo para uma CPI aberta sem prova alguma – afirmou o vice-prefeito, que chamou a investigação de “CPI da vergonha”.