A primeira e tumultuada sessão de 2017 da Câmara de Vereadores de Florianópolis, neste domingo, confirmou o acordo de bastidores que levou Gui Pereira (PR) à presidência da Casa, com 18 dos 23 votos possíveis. Os outros concorrentes receberam cinco votos: quatro para Afrânio Boppré (PSOL) e um para Pedro Silvestre, o Pedrão (PP). O mandato é para os próximos dois anos.
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A eleição da Mesa Diretora ocorreu ainda no plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, logo após a posse do prefeito Gean Loureiro (PMDB), do vice João Batista (PSDB) e dos vereadores. Instigados principalmente por Afrânio, os recém-empossados discutiram por mais de duas horas sobre como seria a votação — se em chapa fechada ou cargo a cargo e, no caso da segunda opção, se a escolha seria feita do presidente até o segundo secretário ou vice-versa.
No fim, após ânimos exaltados, muitos discursos e votações de requerimentos, o plenário decidiu que a eleição seria cargo a cargo, indo do presidente até o segundo secretário. Toda a costura de bastidores acabou prevalecendo, com a eleição de Gui Pereira na presidência, Roberto Katumi (PSD) como primeiro vice-presidente, Gabrielzinho (PSB) como segundo vice, Claudinei Marques (PRB) como primeiro secretário e Tiago Silva (PMDB) como segundo secretário.
A discussão começou quando Maria da Graça (PMDB), que presidiu a sessão por ser a mais velha dos vereadores eleitos, foi apresentar as chapas fechadas para a votação. Havia só uma chapa inscrita — a de Gui Pereira — e aí iniciaram os questionamentos.
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O primeiro de porque já existia uma chapa consolidada sendo que não foi dado prazo prévio para inscrições antes da sessão de domingo. O segundo porque Afrânio tratou do Regimento Interno e disse que era prevista a eleição cargo a cargo. A partir disso, o vereador do PSOL fez um requerimento para que a escolha começasse pelo cargo de segundo secretário e terminasse na definição do presidente.
— Quero, politicamente, testar a consistência dessa chapa que já estava pronta — declarou Afrânio ao defender sua proposta
Daí se seguiu um longo debate, com falas mais ou menos inflamadas de Afrânio, Gui, Katumi, Pedrão, Tiago Silva, Lino Peres (PT), Marcos José de Abreu (PSOL) e Renato da Farmácia (PSOL). As discussões se concentraram inicialmente na questão de chapas fechadas ou em inscrições individuais para os cargos. Depois, chegou-se ao entendimento que a eleição deveria ser mesmo cargo a cargo, e aí o foco passou a ser na ordem da escolha.
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Decidido que a eleição iniciaria pela presidência, Gui foi eleito com 18 votos. Afrânio recebeu o voto dele próprio, de Renato da Farmácia, Marcos José de Abreu e Lino. Pedrão votou nele próprio. Na votação dos outros cargos da Mesa Diretora, estes cinco vereadores “dissidentes” da costura de bastidores ganharam a companhia de Marcelo da Intendência (PP), com placares sempre de 17 a 6 para os membros do acordão. A exceção foi a eleição de Tiago Silva como segundo secretário, já que ele concorreu sozinho. O peemedebista recebeu 19 votos e houve quatro abstenções.
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