O vereador Marcos Aurélio Espíndola (PSD), conhecido como Badeko, apresentou-se à Polícia Federal no início da tarde desta quarta-feira. Até as 14h, ele era considerado foragido, por ser procurado na Operação Ave de Rapina, deflagrada nesta quarta-feira.

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A polícia tentou buscá-lo em sua residência pela manhã, mas não teve nenhuma notícia de seu paradeiro. A PF acusa o vereador de fazer tráfico de influência para trazer interesses de empresários para a administração pública, influenciando licitações e até projetos de lei. Por tal serviço, ele receberia propina das empresas.

Badeko é a 14ª pessoa presa na Operação Ave de Rapina. Outras 17 pessoas estariam envolvidas no esquema que a ação da polícia tenta desmontar e envolvia prejuízos ao erário público da Prefeitura de Florianópolis.

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A reportagem tentou contato com Badeko por meio de seu telefone celular, que nem chega a chamar, e buscou informações em seu gabinete na Câmara de Vereadores. Foi informada, por um técnico que fazia manutenção nos computadores, que o expediente só começaria às 13h.

Um exemplo citado pelo delegado da Polícia Federal, Allan Dias, sobre o envolvimento do vereador nas fraudes seria o Projeto de Lei Cidade Limpa. Enviado pela Prefeitura de Florianópolis como uma proposta para remover quase todos os outdoors da cidade, o projeto acabou recebendo emendas do vereador e foi esvaziado. Após aprovado, praticamente não mudou a situação antes da nova lei.

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A proibição, que se aplicaria em todos os bairros de Florianópolis, passou a valer apenas para a Beira-mar Norte e para o alto do Morro da Lagoa da Conceição.

Espíndola é vice-presidente do Sindicato dos Empregados da Administração de Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas em SC e funcionário afastado do Grupo RBS desde 2002, quando passou a se dedicar à atividade sindical.

Foto: Alvarélio Kurossu / Agência RBS

:: A operação

A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quarta-feira 38 mandados de busca e apreensão, mandados de prisão e de condução coercitiva em Florianópolis e Joaçaba. A operação também ocorre no Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha.

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A Operação Ave de Rapina tem por objetivo a desarticulação de organização criminosa voltada para a prática de crimes contra a administração pública de Florianópolis.

Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, a PF informou que cumpriu 15 mandados de prisão – 13 estão presos e dois foragidos. Entre os presos está o presidente da Fundação Cultural Franklin Cascaes (FCFFC), João Augusto Freyesleben Valle Pereira. O presidente da Câmara de Vereadores, César Faria (PSD), foi encaminhado para prestar depoimento e o vereador Marcos Aurélio Espíndola (PSD), o Badeko, é um dos foragidos.

Também foram presos o ex-comandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Jean Carlos Viana Cardoso, e o ex-diretor de operações do IPUF, Júlio Pereira Machado. Em setembro, ambos foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal com quase R$ 100 mil e propaganda eleitoral quando se deslocavam de Porto Alegre para Florianópolis.

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Segundo a PF, oito empresas estão envolvidas no esquema de fraude. A empresa gaúcha Kopp Tecnologia, que fabrica controladores de velocidade, é uma das investigadas. O nome das outras empresas e dos outros presos não foi divulgado.

Confira fotos da operação: