A chancelaria venezuelana acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de intromissão depois que o Departamento de Estado expressou sua preocupação pelos amplos poderes concedidos ao presidente Nicolás Maduro para governar por decreto durante um ano.

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Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores expressou sua rejeição “mais profunda, categórica e enérgica” ante as declarações feitas na véspera pela porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que afirmou que seu país está preocupado pelos poderes especiais concedidos a Maduro.

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“Estas declarações são um novo indício da intromissão das autoridades dos Estados Unidos nos assuntos internos de nosso país e constituem um ato que evidencia como a oposição venezuelana executa, com imprudência, a agenda delineada pelo Departamento de Estado americano para desestabilizar nossa Pátria”, diz o texto.

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Na terça-feira, a maioria governista da Assembleia Nacional venezuelana aprovou uma denominada Lei Habilitante que concede amplos poderes a Maduro para levar adiante o que apresentou como sua guerra econômica, combater a corrupção e impulsionar uma “ordem econômica de transição ao socialismo”.

Segundo a chancelaria venezuelana, os Estados Unidos têm um “grave desconhecimento da realidade de nosso país” e afirma que a Constituição legal contempla a habilitação de um presidente para ditar decretos e leis mediante poderes especiais.

Na quarta-feira, Psaki disse em Washington que a medida, embora “seja permitida pela Constituição na Venezuela (…), não é boa porque, segundo pensamos, é importante que as pessoas tenham voz em qualquer processo de tomada de decisão”.