Integrantes desta e de outras gestões do governo estadual, sejam eles rivais políticos ou não, técnicos, servidores de carreira ou ex-funcionários públicos, familiares, amigos e conhecidos passaram pelo velório do secretário de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST),João José Cândido da Silva, neste domingo, em Florianópolis.

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::: Moacir Pereira: essa foi uma grande perda para SC

A despedida, no saguão do Centro Administrativo, teve nas primeiras horas um intenso movimento de políticos catarinenses. Muitos até de siglas rivais se encontraram para o adeus ao médico de 65 anos, morto num infarto de madrugada em casa, em Jurerê Internacional.

O clima entre os presentes alternava entre o impacto pela forma fulminante como morreu e a lembrança da trajetória de serviços públicos – especialmente na saúde – prestados ao longo de governos estaduais, municipais na Capital, e também em Brasília. Cândido nunca foi candidato – “nem a síndico de prédio”, como brincava.

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– É uma grande perda. Foi um dos principais instituidores e construtores do SUS no Brasil. Agora no final, eu tava pensando, ‘acho que o Cândido na Saúde…’. Chamei ele, que me disse: ‘Raimundo, eu já estou com 65 anos, acho que consegui colocar uma área no mapa (assistência social) onde as pessoas não têm voz e esse trabalho me estimula mais que poder, espaço, então me deixa lá’ – lembrou o governador Raimundo Colombo (PSD) sobre o convite recente que o fez para que assumisse a Secretaria de Estado da Saúde.

O vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB), também presente, o conhecia desde o final da década de 1980 quando era deputado federal. -Um homem muito generoso, preocupado com o bem-estar. É daquele bons exemplos e que no momento tocava uma área deficiente no Estado – sintetizou.

O deputado federal e ex-governador Esperidião Amin (PP) chegou em seguida a Pinho Moreira acompanhado da mulher, a ex-prefeita Angela Amin (PP).

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– Em inteligência, no Brasil, não há outras quatro pessoas tão competentes na compreensão do que é o SUS. Também iniciou a média e alta complexidade. Era um homem muito exigente consigo próprio – disse Esperidião Amin.

A secretária da Justiça e Cidadania e deputada estadual licenciada Ada de Luca (PMDB), vizinha de Cândido, conversou com ele horas antes, na noite de sábado, por telefone.

– Estava bem alegre, falante como sempre, feliz com a visita da filha de São Paulo – comentou, entristecida.

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Nos últimos tempos, Cândido focava o resultado das ações na área social e objetivos para 2014 que apresentaria na mobilização estadual de prefeitos que acontece na semana. Assessores garantem que, desde 2013, Cândido atendeu mais de 200 prefeitos.

– Era nossa referência. Fazia as coisas acontecerem – declarou Alessandro Abreu, secretário de Assistência Social de Florianópolis.

Alice Kuerten, mãe do tenista Gustavo Kuerten e conhecida por projetos na área social em Florianópolis, afirmou no velório que Cândido vinha liderando trabalhos importantes com os moradores de rua e nas Apaes de Santa Catarina.

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– O diferencial dele é que, além de tanta ideia, queria sempre agir, ansioso até, mas querendo fazer acontecer – elogiou Alice Kuerten.

Dor com a perda do filho

Amigos e ex-colegas relataram no velório que Cândido, apesar de sempre demonstrar força e dedicação no trabalho, guardava a dor pela perda precoce de um dos três filhos, Luciano, então com 20 anos, morto em 1994 num acidente de trânsito.

O corpo de João José Cândido da Silva será cremado nesta segunda-feira, às 10h, em Balneário Camboriú. O governador Raimundo Colombo decretou luto oficial de três dias.

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