Com 67 horas de atraso, os velejadores da Volvo Ocean Race partiram de Auckland, na Nova Zelândia, às 18h desta terça-feira (horário de Brasília) rumo a Itajaí, no Litoral Norte de SC. A viagem, que já era considerada a mais difícil da regata, pelo fato de o trajeto contar com ondas grandes e os ventos fortes e gelados dos mares do Sul, agora está sujeita a uma força a mais no Oceano Pacífico, o ciclone “Pam”.

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Apesar das tripulações terem escapado do pior do ciclone, as equipes ainda vão se deparar com as condições mais difíceis das nove pernas, velejando pelo Oceano Antártico.

– Os barcos terão de enfrentar entre 25 e 35 nós de vento (o equivalente a 46 e 65 quilômetros por hora) para a maior parte do tempo, até dobrar o Cabo Horn (início da América do Sul) – informou o meteorologista oficial da regata, Gonzalo Infante, pouco antes da partida.

O ciclone “Pam” que forçou o adiamento da largada no domingo, causou pelo menos 11 mortes em Vanuatu.

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A quinta etapa da Volvo Ocean Race, entre Aukland e Itajaí, tem cerca de 12.550 quilômetros de distância. A previsão da organização, é que os veleiros levem três semanas para aportar no Litoral Norte de Santa Catarina. A perna também é um dos principais motivos pelos quais os velejadores competem. O percurso leva os barcos perto de Point Nemo, o lugar mais remoto da terra, no Pacífico Sul, onde a humanidade mais próxima pode ser encontrada nas estações espaciais que patrulham a terra.

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Na fase final da etapa, os veleiros retornam ao Atlântico _ pela primeira vez desde novembro _, quando vão passar pelo Cabo Horn, na ponta da América do Sul. Esse é o trecho mais aguardado pelos velejadores. O local é um marco para os marinheiros, apesar de já ter feito muitas vítimas. No local, as ondas podem atingir até 30 metros de altura.

O percurso entre Auckland e Itajaí é visto como chave na Regata de Volta ao Mundo.

– Vai ser a primeira vez que toda a frota vai lidar com um vento forte por um longo período. O caminho para Horn é importante, porque é aí que a corrida vai ser ganha ou perdida – observa o navegador do Abu Dhabi Ocean Racing, atual líder, Simon Fisher.

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Em 2012, sem ciclone, os veleiros encontraram bastante dificuldade no percurso até Itajaí. A equipes espanhola e neozelandesa foram obrigadas a fazer reparos no meio do caminho, a francesa teve de improvisar o mastro após ter o equipamento quebrado e a chinesa desistiu da etapa por problemas na embarcação.

A expectativa é que os barcos cheguem a Itajaí em 7 de abril.

Brasileiro na regata

O catarinense André Fonseca, o Bochecha, que é o timoneiro do barco de bandeira espanhola, o MAPFRE, não escondia a empolgação antes da largada.

– Todos os velejadores querem disputar essa etapa, pois passa pelos mares do Sul e pelo Cabo Horn. É uma marca importante na carreira do atleta. Adoramos pegar ondas grandes. Passamos frio e fome, mas nos divertimos – disse.

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Morador de Florianópolis, Bochecha não vê a hora de pisar em Itajaí.

– Estou ansioso para chegar ao Brasil. Faz tempo que não vou pra casa. Vou chegar logo logo no meu país e no meu estado. Estou louco por um churrasco”, brincou o timoneiro.

A Volvo Ocean Race também conta com uma quase brasileira. Carolijn Brouwer corre no Team SCA, barco só de mulheres na aventura. A atleta holandesa morou por mais de uma década no Brasil.

– É sempre uma etapa com muita tensão e nervos. Os pontos de gelo – ice gates – estarão bem mais ao Sul. Vamos pegar muito frio e vento. Nosso objetivo é chegar em Itajaí com o barco inteiro, conta a velejadora, que participou da edição 2011-2012.

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