A desvalorização cambial ainda não pode ser apontada como uma das razões para a forte queda na produção industrial verificada no mês de julho e divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Depois de crescer 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e surpreender analistas, o setor teve queda de 2% na comparação com o mês anterior.

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Segundo o coordenador, André Luiz Macedo, a desvalorização e a volatilidade da taxa de câmbio é recente para ter efeito sobre os contratos da indústria.

– Desvalorização real dá ganho de competitividade para produção local nas exportações, mas nos últimos meses em que aconteceu não está claro os efeitos. Os contratos são definidos com certa antecedência. Tem alguns insumos importados que vão ter impacto nos custos de alguns setores, mas é preciso esperar uma estabilidade da posição cambial para verificar os resultados na pesquisa – explicou o pesquisador.

A pesquisa

As quatro categorias de uso da indústria tiveram recuo na produção, com destaque para os bens de consumo duráveis, com queda de 7,2%. Os bens de capital (máquinas e equipamentos usados no setor produtivo) tiveram redução de 3,3% na produção. Também registraram perdas os bens de consumo semi e não duráveis (-1,5%) e os bens intermediários (insumos industriais para o setor produtivo) com queda de 0,7%.

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